Edifício em risco: Casas geminadas da Av. Rosa e Silva – Recife

Casas geminadas da Av. Rosa e Silva - Recife

Projetadas em 1958 por Augusto Reynaldo, um dos primeiros arquitetos graduados na então Escola de Belas Artes de Pernambuco, já sob orientação moderna proposta por mestres como Mario Russo, Acácio Gil Borsoi e Delfim Amorim, as casas geminadas da av. Rosa e Silva são os mais visíveis exemplares da produção de residências desse arquiteto que tem morte prematura aos 34 anos de idade.
Situadas em uma avenida de passagem obrigatória para os bairros nobres da cidade, as casas apresentam uma composição de grande riqueza de planos e volumes, trabalhada de maneira sutil com diferentes tramas verticais, horizontais e diagonais, além de diferentes materiais e cores. São exemplares de uma cultura construtiva que buscava experimentar novos materiais e adotar os princípios modernos, como a fluidez espacial, a divisão em setores funcionais, a integração das artes.
A saga da destruição das casas começa em 2014. Apesar de se tornarem IEPs, foram completamente arruinadas para se adaptarem ao uso de uma padaria: o jardim frontal deu espaço a um estacionamento, as esquadrias e os revestimentos originais foram removidos. Atualmente uma das casas está abandonada e a outra foi transformada em um depósito de uma farmácia que funciona ao lado.
Foto: Maria Luiza Freitas

Foto: Maria Luiza Freitas

Edifícios em risco: Jockey Club do Rio Grande do Sul – Hipódromo do Cristal em Porto Alegre

Jockey Club do Rio Grande do Sul – Hipódromo do Cristal em Porto Alegre

Projetado pelo arquiteto uruguaio Roman Fresnedo Siri, o conjunto do Hipódromo do Cristal, Jockey Club do Rio Grande do Sul, em Porto Alegre, é uma obra exemplar.  Os destaques deste conjunto edificado residem no uso que o arquiteto fez do vidro, estabelecendo relações visuais com o Lago Guaíba, dos elementos de proteção solar e na sua solução estrutural que comporta lajes sobre vigas em balanço, suportadas por colunas. As vigas invertidas da cobertura descansam sobre uma fileira única de apoios, com o balanço maior voltado para a pista, e o menor amarrado a tirantes de aço ancorados em contrapesos no chão. 
O Hipódromo encontra-se hoje em risco. Dois dos seus três pavilhões - o Popular e o Paddock - apresentam os mais sérios problemas de conservação. Não estão em condições de utilização devido às degradações facilmente perceptíveis, como esquadrias avariadas, vidros quebrados, inúmeras infiltrações, capeamento dos tirantes de aço em decomposição,  instalações elétricas expostas, entre outras.  Já o Pavilhão Social, apesar de ainda estar em uso, foi muito descaracterizado pelas reformas feitas sem critério. A Casa de Apostas Reta está irreconhecível e a Casa de Apostas Curva, atualmente utilizada pela administração do Hipódromo, apresenta melhores condições, embora as descaracterizações da cobertura sejam perceptíveis externamente.
Agradecemos a Anna Paula Canez pelas informações.
Foto: Anna Paula Canez

Foto: Anna Paula Canez

Carlos Leão

Foi lançado em maio último, o livro sobre o arquiteto Carlos Leão (1906-1983) com produção de Claudia Pinheiro, Maria Helena Rohe Salomon e do arquiteto e historiador Roberto Conduru. O livro é resultado de uma exaustiva pesquisa conduzida por Jorge Czajkowski e sua equipe ao longo da década de 1980. A edição apresenta mais de 40 projetos do arquiteto, que participou da equipe que projetou o Ministério da Educação e Saúde e da geração da chamada escola carioca.
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