Lançamento Anais IV Docomomo-Rio

Segue aqui anexado arquivo com os Anais do IV Seminário Docomomo Rio – O Moderno no Rio: do Risco ao Risco, realizado nesta cidade nos dia 31 de outubro e 1º de novembro de 2017.

O Moderno no Rio do Risco ao Risco

ORGANIZAÇÃO DOS ANAIS

Andréa de Lacerda Pessôa Borde
Maria Helena Röhe Salomon
Renato da Gama-Rosa Costa

ISBN 978-85-88027-42-8

TEMA
O MODERNO NO RIO: DO RISCO AO RISCO
É inegável o lugar que o Rio de Janeiro ocupa na historiografia da arquitetura e do urbanismo modernos do Brasil e da América Latina. O risco moderno é um elemento importante da configuração espacial de muitas cidades fluminenses. Temos tanto um patrimônio moderno reconhecido pelos órgãos de tutela e que recebem apoio
internacional para a sua conservação como exemplares notáveis que, mesmo tendo sua singularidade enaltecida nos estudos críticos, não logram este reconhecimento e/ou o apoio para sua gestão.
O que nos permite considerar que o risco moderno está em risco nos faz questionar:
. Qual o estado de conservação deste legado?
. Quais as ações implementadas para a sua preservação
(conservação e documentação)?
. E, sobretudo, qual o futuro do moderno no Rio?

EIXOS TEMÁTICOS

O RISCO MODERNO NO RIO – contempla estudos e reflexões críticas sobre arquitetura, urbanismo e paisagismo concebidos de acordo com os preceitos do Movimento Moderno. Volta-se, em especial, à documentação, recepção e difusão dessa produção e seus rebatimentos na formação do espaço urbano contemporâneo das cidades fluminenses.
Os artigos e painéis selecionados abrangem análises de: projetos arquitetônicos e urbanísticos destinados como habitações individuais e coletivas, aos espaços institucionais e de saúde e ensino, bem como sua difusão mundo afora; e de projetos e obras de arquitetos e urbanistas modernos radicados no Rio de Janeiro, compreendendo um período largo na história da cidade, da década de 1920 a anos mais recentes e destacando a participação feminina, como Carmen
Portinho e Lota de Macedo Soares, neste contexto.

O MODERNO EM RISCO NO RIO – contempla os estudos e reflexões críticas sobre o patrimônio moderno em risco no Rio de Janeiro e as ações promovidas para conservação e gestão desse patrimônio.
Os artigos e painéis selecionados contribuíram para a reflexão sobre a conservação da arquitetura moderna no Rio de Janeiro – edifícios residenciais, universitários, hospitais e instituições de saúde – submetida aos desafios do tempo e da manutenção de uso bem como alertaram para ações de salvaguarda necessárias à conservação dos bens modernos tendo em vista as mudanças climáticas em curso.

CONPRESP tomba várias obras modernas paulistanas

Com informações do Núcleo Docomomo SP

Fotos Helio Herbst (Residência Oscar Americano, projeto Oswaldo Arthur Bratke)

 

Na reunião do CONPRESP (Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo) , em 12/03/2018, foram tombadas várias obras da arquitetura moderna paulistana. Professores/as e pesquisadores/as mobilizaram-em apoio ao tombamento, sendo incluída uma carta elaborada pelo professor José Lira na ata da reunião, reproduzida no final deste texto.

Bem tombados:

Gregori Warchavchik
Edifício Mina Klabin Warchavchik
Conjunto de casas econômicas na Barão de Jaguara
Salão de Festas do Clube Pinheiros

Rino Levi
Laboratório Paulista de Biologia
Conjunto Hospitalar A.C.Camargo
Edifício Porchat
Edifício Trussardi

Convenio Escolar
Escola Estadual Pandiá Calógeras, Mooca
Escola Estadual Brasílio Machado, Vila Mariana
Escola Municipal de Educação Bilíngue para Surdos Helen Keller
Biblioteca Roberto Santos, Ipiranga
Biblioteca Adelpho Figueiredo, Canindé

Rodrigo Lefèvre 
Casa Pery Campos
Casa Dino Zammataro

Oswaldo Bratke
Fundação Oscar e Maria Luisa Americano
Edificio Lineu Gomes

+ Conjunto de 31 edifícios modernos (no bairro de Perdizes)

Casos muito importantes, como obras de Vilanova Artigas, Hans Broos, Paulo Mendes da Rocha, e conjuntos como o Parque das Fontes do Ipiranga e a Cidade Universitária da USP, tiveram seu exame adiado para outra reunião (a ser realizada em 19/03/2018). Parte do conjunto de edifícios modernos propostos para tombamento não foi incluído.

Segue portanto necessário continuar atuando em prol da efetiva preservação desse patrimônio moderno.

Carta elaborada pelo professor José Lira

Ao Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo – CONPRESP
Ilmo. Sr. Cyro Laurenza
Presidente do CONPRESP

São Paulo, 8 de março de 2018

Prezados(as) Senhores(as),

É com profundo interesse que a comunidade arquitetônica e patrimonial de São Paulo vem acompanhando os processos de tombamento e preservação de bens arquitetônicos modernos construídos na cidade entre os anos 1920 e 1970. Afinal, além da excepcional qualidade artística de um bom número deles, em conjunto evocam um momento crucial de afirmação física, social e cultural da metrópole. A força desta arquitetura na configuração da nova ecologia metropolitana é proporcional a seu peso nos processos contemporâneos de expansão e adensamento da malha urbana, verticalização das áreas mais centrais, ascensão de novos padrões residenciais e instalação em toda parte de espaços modernos de trabalho, consumo, lazer, esportes, cultura, educação e saúde.

É verdade que muitos dos marcos arquitetônicos desse processo se perderam nas últimas décadas, substituídos por uma quarta ou quinta camada de urbanização autofágica, ou abandonados à ação da matéria e aos constrangimentos provocados pela marcha inexorável da urbanização, por obras viárias inflexíveis, projetos imobiliários imediatistas e intervenções no mínimo desastradas. De qualquer modo, como em toda grande cidade que se pretenda um polo de civilidade no planeta, aqui e ali, também em São Paulo, alguns deles resistem. Se bem salvaguardados, haverão de afirmar-se como marcos fundamentais de orientação dos cidadãos no espaço e no tempo, de preservação de uma escala humana na megalópole, de coesão social em torno de um sistema cultural urbano comum, essa espécie de acervo vivo de estruturas e figuras nas palavras de Giulio Carlo Argan, capaz de fornecer balizas seguras ao conhecimento e ao desenvolvimento das cidades.

Com a iniciativa de tombamento, oferece-se assim uma resposta consistente com os esforços historiográficos das duas últimas décadas no sentido do conhecimento, valorização e ampliação do corpus de obras de arquitetura moderna paulista, e ao mesmo tempo uma contribuição para a qualificação do ambiente construído local. Trata-se, portanto, de uma iniciativa fortemente enraizada na mais atualizada pesquisa científica, com benefícios inestimáveis para o público em geral, crescentemente interessado pelo patrimônio edificado – vide o sucesso de exposições, publicações e jornadas a seu respeito – assim como para as futuras gerações de habitantes e visitantes da cidade. Preservar esses bens não só salvaguarda a memória de grupos sociais os mais diversos, como garante a densidade histórica, cultural e ambiental necessária para o futuro de uma cidade do porte de São Paulo.

A relevância e a complexidade do acervo em exame é tal que qualquer decisão a respeito de sua preservação deverá se valer das análises qualitativas e dos cuidadosos estudos técnico-patrimoniais que vem notabilizando o Departamento de Patrimônio Histórico desta Secretaria Municipal de Cultura já há mais de três décadas. Neste sentido, é que vimos perante este Conselho Municipal solicitar atenção ao valor patrimonial deste Conjunto de Arquitetura Moderna reunido nos vários processos sob seu zelo, no sentido de sua efetiva preservação pelos meios legais.

Atenciosamente,

Carlos Alberto Cerqueira Lemos (Professor Titular da FAU-USP, Diretor técnico do Condephaat, 1968-1981, Ex-Conselheiro do Condephaat, do Iphan e do Conpresp)

Benedito Lima de Toledo (Professor Titular da FAU-USP, Ex-Conselheiro do Condephaat)

Monica Camargo Junqueira (Professora Associada da FAU-USP, Ex-Conselheira do Conpresp)

Joana Mello de Carvalho e Silva (Professora Doutora da FAU-USP)

José Tavares Correia de Lira (Professor Titular da FAU-USP)

Ana Lúcia Duarte Lanna (Professora Titular da FAU-USP, Ex-Presidente do Condephaat)

Beatriz Mugayar Kuhl (Professora Titular da FAU-USP, Ex-Conselheira do Condephaat)

Cristina Meneguello (Professora Associada IFCH-Unicamp, Conselheira do Condephaat)

Maria Lucia Bressan Pinheiro (Professora Associada FAU-USP, Ex-Conselheira do Condephaat)

Flavia Brito do Nascimento (Professora Doutora da FAU-USP, Conselheira do Condephaat)

Hugo Massaki Segawa (Professor Titular da FAU-USP)

Ruth Verde Zein (Professora Doutora da FAU-Mackenzie)

Luis Recamán Barros (Professor Doutor da FAU-USP)

Silvana Barbosa Rubino (Professora Associada IFCH-Unicamp, Ex-Conselheira do Condephaat)

Guilherme Teixeira Wisnik (Professor Doutor FAU-USP)

Ana Paula Koury (Professora Doutora da FAU-São Judas)

Renato Sobral Anelli (Professor Titular do IAU-USP)

Andrea de Oliveira Tourinho (Professora Doutora da FAU-São Judas)

Fernando Vásquez (Professor Doutor da FAU-São Judas, Coordenador Docomomo-SP)

Helena Ayoub (Professora Doutora da FAU-USP)

Miguel Buzzar (Professor Associado e Diretor do IAU-USP)

Luis Antonio Jorge (Professor Associado da FAU-USP)

Sabrina Fontenele (Professora colaboradora do IFCH-Unicamp)

Paulo Cezar Garcez Marins (Prof. Doutor Museu Paulista da USP, Conselheiro do Condephaat)

Cecília Rodrigues dos Santos (Profa. Doutora da FAU-Mackenzie, Superintendente Iphan-SP)

Carlos Alberto Ferreira Martins (Professor Titular do IAU-USP, Ex-Presidente da ANPARQ)

Ana Lucia Ceravolo (Professora Doutora, Ex-Presidente da Fundação Pró-Memória de São Carlos)

Sarah Feldman (Professora Associada Senior IAU-USP, Conselheira do Condephaat)

Nadia Somekh (Professora Titular da FAU-Mackenzie, Ex-Diretora do DPH-SP)

Keeping It Modern na FAUUSP: algumas linhas

 

 

 

 

Por Maria Lucia Bressan Pinheiro / Foto Grupo Conserva FAU

Em dezembro de 2017, a FAUUSP entregou o relatório final do projeto “Um plano de gestão da conservação para o edifício Vilanova Artigas, da FAUUSP”, financiado com recursos do programa Keeping It Modern, da Fundação Getty. Baseado na metodologia de elaboração dos Conservation Management Plans, desenvolvida por James Semple Kerr, que tem sido bastante aplicada em países como o Reino Unido e a Austrália, o projeto optou por privilegiar a formulação de diretrizes para ações de manutenção e conservação necessárias à preservação de dois dos mais significativos elementos do edifício Vilanova Artigas, que são também aqueles mais desafiadores do ponto de vista da sua preservação: a cobertura e as fachadas. Para subsidiar estas duas frentes de pesquisa, uma terceira tarefa fazia-se necessária, a saber, a elaboração de um dossiê abrangente sobre o edifício, visando o entendimento de suas características físicas, seu histórico e seu significado, buscando também identificar e suprir lacunas de conhecimento e de documentação, para embasar decisões de preservação no futuro. Assim, o relatório final do projeto compunha-se de 3 partes, denominadas tarefas, expostas a seguir.

A Tarefa 1 apresentou o edifício, seu significado cultural, suas características físicas, transformações ao longo do tempo e principais vulnerabilidades. Também no âmbito da Tarefa 1, foi realizado um levantamento cadastral (as built) do edifício – algo que nunca havia sido realizado, e que é obrigatório, não somente como documentação do estado atual do edifício, mas enquanto base real para futuros projetos e intervenções que possam vir a ocorrer.

A Tarefa 2 desenvolveu um plano de monitoramento constante da membrana de impermeabilização à base de poliureia aplicada na última obra de recuperação da cobertura do edifício, a partir do estudo aprofundado de suas características de desempenho e estado de conservação. Além disso, foram estudados os demais elementos que interferem no sistema de impermeabilização, tais como movimentos estruturais da laje, juntas de dilatação, prumadas de captação de agua pluvial, arremates, sistema de instalação dos domos e rufos, proteção contra descargas atmosféricas, etc. Assim, a partir da análise de todos esses elementos, foi desenvolvido um plano de conservação para a cobertura.

A Tarefa 3 se concentrou na investigação da composição do concreto armado das empenas e seu estado de conservação. A primeira providência foi o levantamento de danos e a localização e quantificação dos reparos recém-executados na última obra de recuperação do Edifício Vilanova Artigas, a partir de varredura a laser realizada por equipe da Universidade de Ferrara. Para a determinação da composição e resistência do concreto foram realizados testes in situ e análises laboratoriais de amostras (corpos de prova), com ensaios físicos e mecânicos, a cargo do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), para estabelecer alguns parâmetros quanto a seu traço, capacidade de absorção de água, volume de vazios, massa específica, resistência à compressão e módulo de elasticidade. Esses testes foram realizados por amostragem, uma vez que trata-se de testes destrutivos, que exigiriam a remoção de um número grande de corpos de prova, algo não aconselhável numa estrutura de interesse histórico, tanto por segurança como pela interferência na imagem do edifício. Essa frente de trabalho também avaliou a situação atual da corrosão das armaduras de aço do concreto, por meio de determinação e monitoramento das variáveis eletroquímicas. Os resultados guiarão intervenções futuras que terão como alvo áreas que apresentam um maior risco de danos ao concreto. Pretende-se, assim, minimizar as áreas de intervenção e prevenir a perda desnecessária de material original.

Dessa forma, foi possível reunir um conjunto de informações e análises sobre o Edifício Vilanova Artigas indispensável para a sua conservação, a ser amplamente divulgado, de forma a contribuir para a preservação do importante patrimônio moderno brasileiro. O desafio seguinte é implementar os procedimentos de manutenção e conservação especificados, configurando-os como um compromisso institucional da FAUUSP.

Assista online o documentário sobre o arquiteto Wandenkolk Tinoco

Por Roberto Ghione – IAB PE 

 

 

 

 

O filme traz um paralelo entre as ideias e a produção do arquiteto pernambucano Wandenkolk Tinoco, figura fundamental no desenvolvimento da arquitetura com linguagem moderna no Nordeste do Brasil – especialmente em Pernambuco – através de suas atividades como projetista e professor universitário.

Com o documentário, tenta-se quebrar o silêncio sobre a arquitetura pernambucana, que outrora chamou atenção pela sua capacidade de conciliar o pensamento modernista ao modo de construir local, com soluções construtivas que perfazem a tradição: jardineiras, varandas, azulejos, cobogós, além de saques, reentrâncias e vegetação como elementos compositivos e de proteção da incidência solar. Tudo isso somado a suave relação entre espaço privado e público, produzindo o edifício sem prejuízo à cidade.

A direção e o roteiro foram realizados por Bruno Firmino, Arquiteto e Urbanista formado pela UFPE e mestrando pela mesma instituição. O filme foi viabilizado através do edital público pernambucano FUNCULTURA Audiovisual.

– Sinopse:

Das silenciosas sombras às linhas que atravessam ideias e obras do arquiteto Wandenkolk Tinoco

– Link: 

https://vimeo.com/ 137135415

– Teaser:

vimeo.com/137648943

– Versões Legendadas:

vimeo.com/138659403 (Inglês)

vimeo.com/138987285 (Espanhol)

Informação enviada por Malu Freitas

 

Keeping It Modern no Masp: algumas linhas

Por Silvio Oksman, Lucia Furlan e Luiza Nadalutti / Foto Eduardo Ortega

O Museu de Arte de São Paulo (MASP) foi contemplado em junho de 2017 com a bolsa do programa Keeping It Modern da Getty Foundation, para o desenvolvimento de pesquisas voltadas à conservação de edifícios modernos no mundo. O projeto, iniciado em setembro e com o prazo de um ano para ser finalizado, visa estudar de maneira integrada as questões referentes ao sistema estrutural do edifício, tanto nos seus aspectos técnicos, como nas dimensões simbólica, estética e arquitetônica da edificação. O objetivo do trabalho é elaborar um plano com diretrizes de conservação e manutenção permanente da estrutura por se tratar do principal elemento físico e simbólico do edifício.

O trabalho foi dividido em três tarefas: levantamento e organização de documentação histórica e técnica sobre o edifício; estudos de conservação e recuperação do concreto armado e estudos da geometria e comportamento estrutural do edifício.

Até o presente momento foi concluído o levantamento documental, primeira etapa do trabalho. O material identificado serve de subsídio tanto para a leitura histórico-cultural do edifício como para as avaliações e levantamentos técnicos das etapas subsequentes. Durante este processo foi possível identificar um conjunto de cópias de plantas originais do projeto estrutural do edifício realizado pelo Escritório Técnico J.C. de Figueiredo Ferraz, até então consideradas parte de acervo perdido em incêndio sofrido pela firma na década de 1980. Além de ser fundamental para o desenvolvimento do trabalho, por dar suporte para a elaboração do Plano de Conservação, este conjunto é também de extrema importância para a documentação do Museu e ainda neste trabalho será digitalizado e catalogado.

Para os estudos de estado de conservação do concreto serão realizados levantamentos de patologias, análises de materiais e ensaios físicos quantitativos e qualitativos. O estudo do comportamento estrutural será feito a partir da construção de modelo eletrônico que receberá todas as informações encontradas desde a construção até os dias de hoje, podendo assim oferecer uma leitura fidedigna do estado da estrutura. Pode-se a partir dele verificar deformações, movimentações e cargas admissíveis. Finalizado o plano, este modelo eletrônico poderá ser utilizado como instrumento operacional para o Museu em projetos futuros – por exemplo, avaliação de cargas para eventos no vão livre, realização de exposições, etc.

A equipe responsável pelo projeto, coordenada pelo arquiteto Silvio Oksman, da Metrópole Arquitetos Associados, e gerenciada pela Gerente de Projetos do MASP, Miriam Elwing, é formada também pela arquiteta Lúcia Furlan, pela estagiária Luiza Nadalutti e pelo arquiteto Martin Corullon, da Metro Arquitetos, que desde 2015 desenvolve os projetos expográficos e de adequação do edifício. Conta também com os consultores Heloísa Maringoni, engenheira responsável pela elaboração de modelo eletrônico para análise do comportamento estrutural do edifício, e Juca Pires, arquiteto especialista em conservação de concreto armado.

Nota de Falecimento – Frank Svensson (1934-2018)

Sede da RFFSA (Rede Ferroviária Federal S.A.) em Recife – arquitetos Marcos Domingues e Frank Svensson. Foto: Lucas Jordano Barbosa, publicada em Flickr

Por IAB-DF

Frank Svensson, arquiteto graduado em 1962 pela UFMG, trabalhou na SUDENE até 1970, onde foi colega, dentre outros, da saudosa Christina Jucá. Como professor da UnB e importante comunista, foi enquadrado na lei de exceção 477 de 1973. Fora do Brasil por 16 anos, lecionou nas Escolas Superiores de Arquitetura de Estrasburgo e Nancy, e nas Universidades Tecnológicas de Gotemburgo e Lund-Suécia. De 1979 a 1982, assessorou o Ministro da Educação de Angola e o Movimento Popular de Libertação da Angola – MPLA, na formação de arquitetos. Doutor em Filosofia na Suécia (1986), desde 1988 era professor titular de teoria e história da arquitetura e urbanismo, lecionando disciplinas de história da arquitetura e urbanismo da sociedade industrial e de teoria do conhecimentos, na FAU-UnB. O IAB/DF se despede hoje do grande mestre Frank Algot Svensson, que aprofundou em seus alunos “sentimentos ligados aos valores do povo e do país que […] evoluem para uma crescente conscientização do papel dos mesmos no desenvolvimento socioeconômico” e na construção da “perspectiva clara do desenvolvimento histórico da sociedade” em “necessidade inevitável para o arquiteto”. A imprescindibilidade da consciência e do reconhecimento do espaço e tempo como expressão arquitetônica, rompendo a limitação teórica da forma e da alienação social em nome do realismo, formaram raízes profundas de seus ensinamentos.

A densidade de suas palavras, de tom sempre sereno e parcimonioso​, deixarão um imenso espaço, para nossa reflexão e inspiração. Frank Svensson morreu aos 84 anos em Brasília, no dia sete de fevereiro de 2018.

Primeiras Linhas | Nova Gestão

Pavilhão Arthur Neiva, Fiocruz | Foto: Glauber Goncalves

por Helio Herbst

Em assembleia realizada em Uberlândia, durante o 12o Seminário Docomomo Brasil, assumimos, com muita satisfação, o desafio de conduzir a gestão nacional do Docomomo no biênio 2018/2019.

Satisfação e desafio podem resumir o compromisso cotidianamente vivenciado por todos aqueles que se dedicam ao conhecimento de nossa arquitetura moderna, com suas singularidades e interlocuções, fato a ensejar um profícuo [e constante] diálogo com as mais diversas manifestações artísticas, em diversas latitudes.

Os mesmos vocábulos expressam as muitas dificuldades que enfrentamos para documentar e conservar um patrimônio constantemente ameaçado, malgrado todas as ações de denúncia e defesa. Não podemos nos silenciar diante da destruição e descaracterização de nossa memória arquitetônica, urbanística e paisagística.

Somos um pequeno grupo de profissionais, professores e pesquisadores vinculados ao Mestrado Profissional em Preservação e Gestão do Patrimônio Cultural das Ciências e da Saúde da Casa de Oswaldo Cruz – COC/FIOCRUZ, ao Programa de Pós-Graduação em Urbanismo da Universidade Federal do Rio de Janeiro – PROURB/FAU/UFRJ, à Secretaria Municipal de Urbanismo da Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro – SMUIH/PCRJ e ao Departamento de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro – DAU/IT/UFRRJ.

Pretendemos agir sob os mesmos preceitos que nortearam as gestões precedentes e queremos ampliar o debate e o alcance de nossas iniciativas, especialmente por meio de uma maior aproximação com os órgãos patrimoniais, prefeituras e centros de pesquisa, notadamente programas de pós-graduação.

Na página do Facebook serão rotineiramente replicados avisos, informes de cursos, debates, defesas de dissertações e teses, palestras, seminários, exposições e lançamentos de livros; noticiadas ações legais de salvaguarda e ameaças de demolição de edificações, entre outros assuntos.

A página <docomomo.org.br> continuará a abrigar os conteúdos do antigo portal, todas as edições do BOLETIM DOCOMEMOS e da REVISTA DOCOMOMO BRASIL, além dos links de eventos DOCOMOMO em nível regional, nacional e internacional. Futuras edições do BOLETIM DOCOMEMOS também serão divulgadas por e-mail.

A produção e veiculação dos informes, para ser mais ágil e eficiente, depende da colaboração de todos – estudantes, pesquisadores, profissionais e professores. A sua participação, por meio de simples avisos ou resenhas sobre os temas abordados nos DOCOMEMOS será essencial para a difusão de conhecimentos sobre o patrimônio moderno brasileiro.

Cabe por fim lembrar que será reaberta a campanha para FILIAÇÃO 2018. Sua participação será de extrema importância para a continuidade das ações do DOCOMOMO BRASIL e do DOCOMOMO INTERNACIONAL. De quebra, poderá garantir descontos na inscrição de eventos locais e internacionais.

Avante prosseguimos!

Renato da Gama-Rosa Costa, Coordenador
Andrea de Lacerda Pessôa Borde, Secretária Executiva
Maria Helena Röhe Salomon, Tesoureira
Helio Herbst, Conselheiro Fiscal
Inês El-Jaick Andrade, Conselheira Fiscal
Bárbara Cortizo de Aguiar, Colaboradora

Lançamento do número 1 da REVISTA DO.CO.MO.MO BRASIL

 

O comitê executivo do do.co.mo.mo_brasil tem o prazer em comunicar que finalmente está no ar a revista | Docomomo Brasil!

Para ter acesso, clique aqui: revista.docomomo.org.br

A revista | Docomomo Brasil resulta de um desejo coletivo assumido pelos comitês executivos do Docomomo Brasil eleitos para os biênios 2014-2015  e 2016-2017  e registrado formalmente no plano de gestão submetido à apreciação dos membros reunidos na Assembleia Geral do DOCOMOMO Brasil, reunida em Curitiba, em outubro de 2013.

O número 01 chega às mãos do leitor no ano de comemoração dos 25 anos de fundação do DOCOMOMO Brasil. O tempo de 25 anos pode dar falsa impressão de atraso, mas reflete o talvez necessário período de amadurecimento para a consolidação do DOCOMOMO Brasil e o seu reconhecimento como promotor de ações de documentação e conservação das diversas expressões do movimento moderno no território nacional e nas diversas ações empreendidas pelo DOCOMOMO International.

Agradecemos o esforço da comissão editorial: Luiz Amorim (UFPE), Cristiano Borba (FUNDAJ) e Marcio Cotrim (UFPB).
Convidamos os pesquisadores da área para submeterem artigo.

Chamada Para Documentos: Encuentro Internacional Patrimonio Moderno y Buenas Prácticas

O Docomomo Chile, Docomomo International e a Facultade de Arquitectura, Diseño y Estudios  da Pontificia Universidad Católica de Chile estão organizando Encontro Internacional Patrimonio Moderno y Buenas Prácticas: Sustentabilidad, Conservación, Gestió, y Proyecto sobre o patrimônio moderno entre os dias 21 e 24 de março de 2018.

A preservação de edifícios e complexos modernos, assim como espaços urbanos e intervenções paisagísticas é uma atividade dinâmica, de complexidade crescente e tem seus limites expandidos além das convenções estabelecidas. Em um contexto cada vez mais diverso, é necessário identificar o valor de casos específicos como exemplos que podem guiar a conservação e oferecer ações que possam ser repetidas para lidar com outros diferentes desafios.

Como o patrimônio moderno deve ser preservado? Quais práticas podem ser promovidas para tanto? O que pode ser definido como um manejo sustentável do patrimônio?

Para responder essas perguntas e outras, qualquer profissional ou estudante é convidado a enviar resumos de acordo com as seguintes datas.

Data limite de envio: 08 de Dezembro de 2017
Notificação de recebimento: 5 de Janeiro de 2018
Inscrições antecipadas: 31 de Janeiro de 2018
Inscrições regulares: 10 de Março de 2018
Encontro Internacional: 21 a 24 de Março de 2018

Envio para: docomomo.best.practices.2018@gmail.com

Para mais informações: https://docomomobestpracti.wixsite.com/bestpracticeschile

Nota de Falecimento – Gérard Monnier (1935-2017)

O DOCOMOMO Brasil tem o pesar de anunciar o falecimento de Gérard Monnier. Presidente honorário e fundador do DOCOMOMO France (1991), Gérard foi um importante historiador da arquitetura do século XX e professor da University Paris-1 Panthéon-Sorbonne.

Pesquisador de referência no campo da história do Movimento Moderno, Gérard Monnier serviu o DOCOMOMO com comprometimento e é uma grande perda para nossa comunidade.

O funeral está marcado para o dia 29.

Programação completa do 12º Seminário DOCOMOMO Brasil

Começa hoje o 12º seminário DOCOMOMO BRASIL, em Uberlândia, que contará com a presença especial de Kenneth Frampton e de Ana Tostões, presidente do Docomomo Internacional. O 12 Seminário Docomomo Brasil foi organizado pelo Docomomo Minas e pela UFU – Universidade Federal de Uberlândia, FAUED – Faculdade de Arquitetura, Urbanismo e Design, PPGAU – Programa de Pós-Graduação em parceria com o Docomomo Brasil. Durante sua realização deverá ser eleita a nova coordenação do Docomomo Brasil para o biênio 2017 / 2019.

21 DE NOVEMBRO DE 2017

Credenciamento e Inscrições
Local: Auditório Bloco 3Q– a partir das 14 horas

Abertura:
18h30: Sessão de Abertura do Evento
Local: Auditório Bloco 3Q
Universidade Federal de Uberlândia – Campus Santa Mônica

19h30: Conferência de Abertura
Convidado: Kenneth Frampton 
Ware Professor of Architecture
Graduate School of Architecture, Planning, and Preservation
Columbia University, New York-USA
Local: Auditório Bloco 3Q
Universidade Federal de Uberlândia – Campus Santa Mônica
Debatedora: Sylvia Ficher

22 DE NOVEMBRO DE 2017

09 horas: Mesa Redonda 1 – Preservação do Patrimônio da Arquitetura e do Urbanismo Modernos no Brasil: interlocução e atuação dos órgãos de preservação.
Local: Auditório A-B  – Bloco 5R – Campus Santa Mônica

Moderador: Hugo Segawa (FAUUSP)
9h05 – Andrey Rosenthal Schlee (IPHAN/UnB)
9h45 – Michele Abreu Arroyo (IEPHA-MG)

10h25 – 10h40 – Intervalo – COFFEE BREAK

10h40 – José Pessôa (UFF)
11h20 – Flávio Carsalade (UFMG)
12h00 – Debate
12h30 – Encerramento

12h30 – 14h00: INTERVALO PARA ALMOÇO

14h00 – 16h05: Sessões de Comunicações
Auditório A, B, C, – Bloco 5 O – Campus Santa Mônica

16h05 – 16h20 – COFFEE BREAK

16h20 – 18h25: Sessões de Comunicações
Auditório A, B, C – Bloco 5 O – Campus Santa Mônica

A partir das 18h30 – Lanche

19h00: VISITA À EXPOSIÇÃO: Arquitetura Moderna na América Latina – Do LAMA ao Caos –  Leonardo Finotti 

19h30 – Mesa Redonda 2: Difusão da Arquitetura Moderna na América Latina
Local: MUnA – Museu Universitário
Praça Cícero Macedo, 309 – Fundinho, Uberlândia

Moderador: Fernando Luiz Camargos Lara (UFMG)
19h40 – Carlos Eduardo Dias Comas (UFRGS)
20h15 – Carlos Alberto Ferreira Martins (IAU-USP)
20h50 – Leonardo Finotti – Michelle Jean de Castro (LAMA-SP)
21h20 – Debate
22h00 – Encerramento

23 DE NOVEMBRO DE 2017

09h00 – Mesa Redonda 3: Restauro e Conservação: intervenção e enfrentamento das patologias técnico-construtivas contemporâneas – Programa “Keeping it Modern” no Brasil (Getty Foundation)
Local: Auditório Auditório A – B – Bloco 5R – Campus Santa Mônica

Moderador: Fernando Diniz
9h05 – Renato Gama-Rosa Costa (FIOCRUZ). Pavilhão Arthur Neiva – Rio de Janeiro, Brasil | Jorge Fereira
9h45 – Maria Lúcia Bressan Pinheiro (FAUUSP). Edifício da FAU USP – São Paulo, Brasil | Vilanova Artigas

10h25 – 10h40 – Intervalo – COFFEE BREAK

10h40 – Renato Luiz Sobral Anelli /Ana Lúcia Cerávolo (Instituto Lina e P. M. Bardi – IAU-USP). Casa de Vidro – São Paulo, Brasil | Lina Bo Bardi
11h20 – Silvio Oksman (Associação Escola da Cidade) – Museu de Arte de São Paulo – MASP – São Paulo, Brasil | Lina Bo Bardi
12h00 – Debate
12h30 – Encerramento

12h30 – 14h00: INTERVALO PARA ALMOÇO

14h00 – 16h05: Sessões de Comunicações:
Auditório A, B, C, D – Bloco 5 O – Campus Santa Mônica

16h05 – 16h20 – COFFEE BREAK

16h20 – 18h30 – MOMO-TOUR

16h20: Assembleia do DOCOMOMO Brasil
Local: Auditório A – B  Bloco 5R – Campus Santa Mônica

Pauta:
– relatório da Coordenação Nacional 2016/2017 (novo site, retomada do Docomemos, revista | docomomo_br , Virtual Exhibition  –  DOCOMOMO Internacional)
– eleição gestão 2017 – 2019
– lançamento da revista | docomomo_br

A partir 18h30 – Lanche 
19h00: Mesa Redonda 4: Livros de Arquitetura e Urbanismo Modernos
 – Lançamento de Livros
Local: Igreja Espirito Santo do Cerrado – Arquiteta Lina Bo Bardi e Colaboradores Marcelo Ferraz e André Vainer

Moderador: Danilo Matoso (Docomomo UnB/ Câmara dos Deputados)
19h15 – Ana Esteban Maluenda (Universidad Politécnica de Madrid, Espanha)
19h55 – Abílio Guerra (Romano Guerra Editora – Portal Vitruvius)
20h25 – Fernando Luiz Camargos Lara (UFMG)
20h55 – Debate
21h25 –  22h00 – lançamento de livros

24 DE NOVEMBRO DE 2017

09h00: Mesa Redonda 5: Patrimônio do Movimento Moderno e interlocução com a sociedade: gestão, adaptações e reuso.
Local: Auditório 5 S – Bloco 5 S – Campus Santa Mônica

Moderador: Renato Gama-Rosa Costa
9h05 – Horacio Enrique Torrent Schneider (Universidad Catolica de Chile) – Edifício da CEPAL – Santiago, Chile  | Emilio Duhart
9h45 – Ayrton Camargo e Silva (Diretor da Estrada de Ferro de Campos do Jordão – SP) – Casa Modernista | Gregori Warchavchik
10h20 – Flavia Brito do Nascimento (FAUUSP) – Blocos de Memorias: Habitação Social, Arquitetura Moderna e Patrimônio Cultural
11h00 – Debate
11h30 – Encerramento

11h30 – 12h30 – MOMO-TOUR

12h30 -14h00: INTERVALO PARA ALMOÇO

14h00 – 16h05: Sessões de Comunicações 
Auditório A, B, C, D – Bloco 5 O – Campus Santa Mônica

16h05 – 16h20 – COFFEE BREAK

16h20: Mesa Redonda: 25 ANOS DO DOCOMOMO BRASIL: ORIGEM E TRAJETÓRIA
Local: Auditório 5 S – Bloco 5 S – Campus Santa Mônica

Convidados: Coordenadores DOCOMOMO Brasil
Moderadora: Marta dos Santos Camisassa
–    Anna Beatriz Ayrosa Galvão (DOCOMOMO | BA) (DEPOIMENTO)
–    Angela Pedrão (DOCOMOMO | BA)
–    Lucio Gomes Machado (DOCOMOMO | SP)
–    Hugo Segawa (DOCOMOMO | SP) (DEPOIMENTO)
–    Carlos Eduardo Comas (DOCOMOMO | RS) (DEPOIMENTO)
–    Sonia Marques (DOCOMOMO | PE ) (DEPOIMENTO)
–    Luiz Manoel Eirado do Amorim (DOCOMOMO | PE)
–    Fernando Diniz Moreira (DOCOMOMO | PE) (DEPOIMENTO)

–   Lançamento da revista | docomomo _br

18h30 – Lanche 

19h00:  Conferência de Encerramento: O DOCOMOMO Internacional e suas ações junto a sociedade
Local: Auditório 5 S – Bloco 5 S – Campus Santa Mônica

Convidada: Ana Tostões
Presidente do DOCOMOMO Internacional
Professora Catedrática, Coordenadora do Programa Doutoramento em Arquitetura do Instituto Superior Técnico, Universidade de Lisboa, Portugal
20h00 – 20h30 – debate

20h30 – Sessão de encerramento

21h30 – Jantar/Festa de encerramento e de comemoração –  25 Anos do DOCOMOMO Brasil (sob adesão)
Local: Uberlândia Clube – Rua Santos Dumont, 517, Centro.

PROGRAMAÇÃO PRÉ-EVENTO E PÓS-EVENTO

Workshops
17/11/2017 a 20/11/2017
Workshop  – Uberlândia | Palácio da Justiça – Fórum de Uberlândia
Arquitetos Convidados: Roberto Pinto Manata e José Carlos Laender

MOMOTOUR

22 a 24/11/2017
Uberlândia-MG 

25/11/2017
Sacramento-MG – Vila dos Operadores de Jaguara;
Araxá-MG – CBMM Casa de Hóspedes – Rino Levi  Arquitetos Associados; Conjunto Paisagístico: Parque da Estância do Barreiro  e Fonte Andrade Junior – Francisco Bolonha e Roberto Burle Marx.

Lançamento da Revista Docomomo Brasil

O DOCOMOMO Brasil, como parte das comemorações dos seus 25 anos, tem o prazer de anunciar a publicação do número 01 da revista | docomomo_br.

O lançamento ocorrerá na Assembleia do 12º Seminário DOCOMOMO Brasil.

Uberlândia-MG
23 de novembro
às16h20
Auditório A – B Bloco 5R – Campus Santa Mônica

12º Seminário DOCOMOMO Brasil

O tema do 12º Seminário DOCOMOMO Brasil pretende contribuir no debate sobre a preservação e sobre a difusão do acervo arquitetônico e urbanístico do Movimento Moderno brasileiro no sentido de seu reconhecimento pela sociedade em geral. Desse modo, o objetivo deste Seminário é avançar no estudo destas práticas e pensar as diferentes formas de ampliar o diálogo e a ação do DOCOMOMO Brasil com as comunidades envolvidas e com os diferentes órgãos preservacionistas, entendendo-se que ambos atores são responsáveis pela tutela desse patrimônio cultural. Coloca-se assim em questão como o DOCOMOMO Brasil pode ampliar seu engajamento social atuando junto a grupos sociais, associações culturais, instituições, ONGs, órgãos governamentais e mesmo outros setores da academia, para propor alternativas de uso, de gestão e de atribuição de valor e também promover a apropriação do patrimônio moderno e dos contextos que o envolvem.
Clique aqui para maiores informações

VILANOVA ARTIGAS: Casas Paulistas

O Docomomo_Brasil, o IAB-PE, o MDU/UFPE e a Romano Guerra Editora convidam para a palestra e lançamento do livro:

"Vilanova Artigas - casas paulistas" de Marcio Cotrim

Terça-feira dia 18 de abril de 2017, às 19h no IAB-PE
Rua Jener de Souza, n.130, Derby, Recife-PE

Abertura: Fernando Diniz - Coordenador Geral Docomomo Brasil
Apresentação do Livro: Marcio Cotrim

O livro se origina da tese de doutorado defendida com em julho 2008 na Universidade Politécnica da Catalunha, de autoria de Marcio Cotrim e sob a orientação dos professores Fernando Alvarez Prozorovich (Espanha) e Abilio Guerra (Brasil), que assinam a apresentação do livro, onde pode ser ler o seguinte:

“Evitando mecanismos apriorísticos, o autor trabalhou com uma grande quantidade de material original do período analisado disponível no arquivo de Vilanova Artigas, visitou e experimentou suas casas, conversou com seus proprietários e recolheu valiosos depoimentos. Além disso, realizou um trabalho de análise metodologicamente impecável no qual se destacou o interesse pela obra e a necessidade de revelar o modus operandi do autor, buscando recordar o ‘muito no pouco’, como diz o poema de Fernando Pessoa citado pelo próprio Artigas em seu texto 'O desenho', de 1967. E devemos reconhecer que não é tarefa fácil o desafio de analisar obras e projetos estilisticamente tão diferentes como as casas Elza Berquó, José Mário Taques Bittencourt III, Ariosto Martirani, Alfred Günther Domschke, Juvenal Juvêncio, Elias Calil Cury ou José Vieitas Neto. Na confrontação com a doxa arquitetônica de sua época, expressada pela jovem crítica brasileira desencantada frente aos dogmas modernos reinantes, Artigas parece eleger dar um passo atrás, talvez para não ficar completamente isolado”.

Na ocasião, o livro estará à venda pelo preço promocional de apenas R$40,00.

Patrocínio: Imprensa Oficial do Estado de São Paulo

Realização: Governo do Estado de São Paulo e Ministério da Cultura, Lei de Incentivo à Cultura.
Apoio Cultural: Projeto Vilanova Artigas, Gail e Senac

Sanatório de Curicica

Atual Hospital Municipal Raphael de Paula Souza e Centro de Referência Professor Hélio Fraga, Ensp/Fiocruz.
Arquiteto Sergio Bernardes, 1952.

Vista do Sanatório de Curicica Sanatorium durante sua construção. Fonte: Departamento de Arquivo e Documentação da Casa de Oswaldo Cruz/Fiocruz. Sem data

Inaugurado em 25 de janeiro de 1952, é parte de uma série de quatro hospitais para doenças tratadas em isolamento na Baixada de Jacarepaguá, cidade do Rio de Janeiro, Brasil, que foram implantados entre as décadas de 1920 e 1950, quando a região ainda tinha características rurais.

O complexo sanatorial, com caráter de experimentação e de vanguarda, se encontra em processo de tombamento em nível municipal, e em risco de perder suas características plásticas e de habitabilidade propostas no projeto, bem como ter destruídas partes ainda existentes da construção original. O projeto é representativo das primeiras obras do arquiteto carioca Sergio Bernardes, quando este dirigia o Setor de Arquitetura da Campanha Nacional Contra a Tuberculose (CNCT), subordinada ao Serviço Nacional de Tuberculose (SNT). Segundo a recomendação do SNT, a construção deveria ser econômica e de baixo custo de manutenção, seguindo princípios de racionalidade projetual e construtiva. O programa original previa pavilhões de tratamentos para os tuberculosos, edifício hospitalar, edifícios complementares administrativos e de serviços, igreja, edifícios destinados à pesquisa, casa do diretor médico e alojamento para os funcionários.

Vista do Sanatório de Curicica Sanatorium durante sua construção. Fonte: Departamento de Arquivo e Documentação da Casa de Oswaldo Cruz/Fiocruz. Sem data

Os edifícios mais significativos, como a Igreja e a residência do médico, apresentam qualidades únicas e destacam-se, sendo seguidos por sequências de pátios ajardinados e pavilhões de mesmas dimensões articulados por passagens cobertas. O conjunto dos pavilhões de tratamento segue rigorosamente uma modulação. Essa opção se refletiu ainda na utilização de sistema de pré-moldados em concreto armado, permitindo o barateamento e a rapidez da obra, atendendo as recomendações do ministério e possibilitando a reprodução de complexos similares como o da extensão do Sanatório de Sancho em Pernambuco. O resultado da espacialidade, longe de ser apenas funcional, é de grande efeito plástico, criando-se um percurso em que o ritmo de edificações e áreas abertas propicia um lugar com características arquitetônicas excepcionais.

A partir da década de 1980 com a extinção da CNTC e, posteriormente até o ano 2000, com a municipalização dos serviços de saúde, o complexo foi dividido em duas instituições. Uma hospitalar e municipal, com os pavilhões de tratamento, o hospital e edifícios de serviços complementares - administrativos e de serviços. Outra de pesquisa e federal, que conta com os edifícios originalmente pensados para esta finalidade, bem como a casa do diretor e os alojamentos, sob a responsabilidade da Escola Nacional de Saúde Publica (ENSP), da Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ).

A parte do complexo sob a gestão federal está razoavelmente preservada, embora exija recuperação e manutenção adequadas. Isto não ocorre com o conjunto de edifícios que servem ao hospital municipal. Esse, em situação precária de manutenção e de perda eminente, apresenta os limites do terreno em parte invadidos por habitações de baixa-renda e pelo próprio poder municipal, que em um dos extremos construiu creches para atender crianças das imediações, e, em outra, demoliu pavilhões alegando a precariedade da sua conservação para promover a construção de escolas públicas. Ambos os usos são inadequados, pois estão na proximidade de um hospital que atende tuberculosos com alto grau de contaminação.

Aliado a isso, a baixada de Jacarepaguá é hoje um dos principais eixos de interesse do capital imobiliário, o que foi intensificado com a criação do sistema de transporte de superfície baseado em corredores expressos de ônibus ou Bus Rapid Transit – BRT, que teve impacto significativo, formal e de escala, sobre o conjunto, pois na sua parte frontal passa em via elevada. Por outro lado, é consequente o efeito deste sistema de transporte sobre a estrutura fundiária e social da região, possibilitando um maior valor de mercado ao terreno e possibilitando o consequente interesse pela desativação do hospital para alienação.

Autores: Ana Albano Amora, Renato Gama-Rosa Costa, Thaysa Malaquias, Michael Jordan

Severiano Mario Porto

Promovida pelo Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Amazonas (CAU/AM) em comemoração aos 87 anos do arquiteto Severiano Mário Porto, a Exposição Itinerante “Severiano Mario Porto” conta com 16 quadros fotográficos que retratam a obra do arquiteto no Amazonas. Assinam a exposição fotográfica:.Gonzalo Renato Nunez Melgar, Heraldo Costa dos Reis e Iuçana Mouco

Em março de 2017, foram tombadas pela Assembleia Legislativa do Amazonas, por seu interesse arquitetônico, histórico e cultural, as edificações projetadas por Porto construídas no Estado do Amazonas. Entre elas está o Fórum Henoch Reis, o Tribunal Regional Eleitoral (TRE-AM), a Universidade Federal do Amazonas (UFAM), a Sede da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa) e mais de 20 outras importantes obras.

Kirchgässner: um modernista solitário

A mostra montada no Museu Oscar Niemeyer (MON), em Curitiba, até o dia 4 de junho, sob a curadoria de Salvador Gnoato  (secretário executivo do Docomomo_Brasil 2012 - 2013), conta com obras ainda desconhecidas do arquiteto que antecipou o modernismo no Brasil, Frederico Kirchgassner (1899-1988). Conta também por obras de Hilda Kirchgassner, sua esposa, que também era artista visual.

sobre o arquiteto

Kirchgässner nasceu na Alemanha em 1899, vindo para o Brasil em 1909. Instalado em Curitiba, estudou Artes Plásticas e Arquitetura por correspondência na Architektur System Karnack Halchfeld de Potsdam e na Deutsche Kunstchule de Berlim. No final da década de 1920, foi para Berlim onde fez provas e tirou seu diploma. De volta a Curitiba, projetou a casa em que morou, no ano de 1930 e desenhou e produziu seus móveis de design inovador. Localizada no centro da capital paranaense, a casa de Kirchgassner surpreendeu com a estética modernista. “Inserido na formação multicultural de Curitiba, Kirchgassner executou as primeiras casas modernistas da cidade dentro do espírito das vanguardas da Alemanha dos anos 1920”, pontua o curador da exposição. Além da arquitetura, dedicou-se à pintura, e este seu lado artístico também é exposto na mostra.