publicações | DOCOMOMO Brasil Da matéria à invenção

Da matéria à invenção - As obras de Oscar Niemeyer em Minas Gerais, 1938-1955

Danilo Matoso Macedo


O texto claro, quase didático, com que as obras são descritas – muitas vezes em seus pormenores técnicos – e a abrangência do universo examinado no período entre 1938 e 1955, em Minas Gerais, tornam a sua divulgação imprescindível entre universitários e estudiosos do assunto. Além do mais porque este período e os exemplares arquitetônicos examinados são fundamentais para a compreensão da obra do arquiteto carioca, na fase em que nasceu e evoluiu o seu estilo pessoal.
Glauco Campello Arquiteto, ex-colaborador de Oscar Niemeyer, ex-Presidente do IPHAN

Em 2007, o arquiteto Oscar Niemeyer completou 100 anos de vida. Entre as diversas homenagens que recebeu estava o Ano do Centenário de Oscar Niemeyer na Câmara dos Deputados. Além de diversos eventos, a Câmara, através de sua editora, programou a realização de publicações em homenagem ao mestre carioca, e Da matéria à invenção é a primeira delas.

O livro é fruto da pesquisa de mestrado do arquiteto brasiliense e servidor do Departamento Técnico da Câmara dos Deputados, Danilo Matoso Macedo, realizada na Escola de Arquitetura da Universidade Federal de Minas Gerais entre 2000 e 2002. Ao longo das 528 páginas totais do livro, autor trata do contexto cultural e político em que as obras foram produzidas, da trajetória da carreira de Oscar Niemeyer naquele período, bem como da repercussão de suas arquitetura. Atenção especial foi dada também a textos originais de Niemeyer e outros profissionais envolvidos nas obras. O cerne do trabalho, entretanto, está na análise minuciosa dos desenhos, características espaciais e construtivas das 27 obras apresentadas, em cores, em 168 páginas coloridas. Do Hotel de Ouro Preto (1938) à Biblioteca Pública Estadual em Belo Horizonte (1955), são investigados os elementos definidores desta etapa da arquitetura de Oscar Niemeyer, marcada pelo uso abundante de materiais e cores, antecedendo sua fase mais sintética - iniciada com os trabalhos de Brasília a partir de 1957.

Aos dois anos iniciais de pesquisa, o autor acrescentou quase um ano de trabalho no preparo de desenhos especialmente elaborados para o livro, resultando num conjunto de mais de 1100 figuras que ilustram fartamente a arquitetura de Niemeyer, trazendo à luz não apenas desenhos inéditos de obras conhecidas – como a planta da Igreja da Pampulha – como também projetos esquecidos do público em geral e mesmo de pesquisadores especializados – como a sede do Banco do Brasil em Juiz de Fora.