6º Seminário DOCOMOMO Brasil
Niterói | 16 a 19 de novembro de 2005

 

 

"Moderno e Nacional" é o tema deste nosso 6º Encontro do DOCOMOMO Brasil, cujo significado nos parece relevante e pertinente no momento em que realizamos o nosso seminário no Estado do Rio de Janeiro.

A representação brasileira do DOCOMOMO existe desde 1992 quando foi instituído o núcleo nacional pela Prof. Anna Beatriz Ayrosa Galvão dentro do Programa de Mestrado da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal da Bahia. Hoje o DOCOMOMO - Brasil é presidido pelo prof. Hugo Segawa da Universidade de São Paulo e conta com associados em todas as regiões do país.

O 6º Seminário, organizado pelo programa de pós-graduação em arquitetura e urbanismo da Universidade Federal Fluminense, dará continuidade às atividades desenvolvidas nos seminários precedentes. O 1º e 2º Seminários foram organizados pelo Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal da Bahia (Salvador, 1995 e 1997) e tiveram respectivamente como tema "Universalidade e Diversidade do Movimento Moderno em Arquitetura e Urbanismo no Brasil" e "Arquitetura, Espaço Público, Projeto Social". O 3º Seminário promovido pela Fundação Bienal de São Paulo/Instituto de Arquitetos do Brasil/DOCOMOMO (São Paulo, 1999) teve como tema "A Permanência do Moderno". O 4º Seminário, organizado pelo Departamento de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal de Viçosa (Viçosa, 2001) teve como tema "A Arquitetura Moderna Brasileira e os Processos Regionais de Industrialização". O 5° Seminário, organizado pelo Departamento de Arquitetura e Urbanismo da Escola de Engenharia de São Carlos/USP (São Carlos, 2003) teve como tema "Arquitetura e Urbanismo Modernos: Projeto e Preservação".

A 6ª edição do Seminário DOCOMOMO Brasil propõe o seu tema quase como uma provocação: "Moderno e Nacional: Arquitetura e Urbanismo". O objetivo do temário proposto é o de aprofundar o debate sobre possíveis especificidades das realizações brasileiras no campo da arquitetura e urbanismo nos últimos 70 anos e as repercussões regionais, nacionais e internacionais destas. Discutir a idéia de nacional nestas realizações e estabelecer um posicionamento crítico frente ao panorama internacional, incluindo as idéias e ações no campo da preservação e da produção da historiografia da arquitetura moderna brasileira.

Os modernos responderam a partir do final dos anos 1930, às duas questões fundamentais que se colocavam naquele período para os arquitetos brasileiros. Propor um sistema que respondesse adequadamente aos novos programas e ao avanço tecnológico e responder mais adequadamente ao anseio de uma arquitetura, ao mesmo tempo, nacional e funcional, dentro de um projeto de país voltado para o futuro, ao contrário do passadismo do neo-colonial reinante naquele período.

O florescimento da chamada "escola carioca" irá produzir uma arquitetura que influenciará o país inteiro e se tornará nos anos seguintes um dos símbolos da identidade nacional. Como defendeu Lucio Costa a sua feição tão peculiar e o seu tão desusado e desconcertante vigor irá delimitar diferenças do movimento moderno internacional e antecipar o regionalismo que depois irromperá em todo o mundo.

O conjunto de trabalhos apresentado discute o tema através da diversidade de enfoques, com aproximações a questões como identidade e modernidade, tecnologia e restauro, historiografia e documentação, síntese ou integração entre artes e arquitetura. Surgem episódios pouco conhecidos, ou a valorização de trajetórias profissionais regionais que produzem aquela arquitetura que marcará a paisagem moderna brasileira. Novas pesquisas também trazem a luz esclarecimentos sobre a história consagrada da nossa arquitetura moderna. A preservação do patrimônio edificado é lida nos trabalhos nas duas vertentes que caracterizam a matéria no Brasil, ou seja, a restauração e conservação das edificações modernas e a atuação dos modernos na preservação das edificações e conjuntos antigos.

Com este seminário, a Universidade Federal Fluminense abre suas portas para poder contribuir com o pioneiro trabalho do DOCOMOMO brasileiro e realizar mais um fórum de reflexão sobre o conhecimento, a documentação e a preservação da nossa arquitetura moderna.

Niterói, novembro de 2005.

José Pessôa
Prof. Dr. Departamento de Urbanismo UFF
jsbpessoa@uol.com.br

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CHAMADA DE TRABALHOS

A Comissão Organizadora, em nome do DOCOMOMO Brasil e o Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo da Escola de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal Fluminense convida todos os especialistas, estudiosos e profissionais preocupados com o documentação, conservação e valorização da produção arquitetônica, urbanística e paisagística moderna brasileira para participar do 6º Seminário DOCOMOMO Brasil, dando continuidade aos trabalhos desenvolvidos nos 1º e 2º Seminários organizados pelo Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal da Bahia (Salvador, 1995 e 1997), no 3º Seminário promovido pela Fundação Bienal de São Paulo/Instituto de Arquitetos do Brasil/DOCOMOMO São Paulo (1999), no 4º Seminário, organizado pelo Departamento de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal de Viçosa (2001) e no 5° Seminário, organizado pelo Departamento de Arquitetura e Urbanismo da Escola de Engenharia de São Carlos/USP (2003).

A 6ª edição do Seminário DOCOMOMO Brasil será realizada no campus da Escola de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal Fluminense, RJ, nos dias 16 a 19 de novembro de 2005.

TEMA: MODERNO E NACIONAL

A arquitetura moderna foi fundamental para a construção de novas imagens de identidade nacional para as jovens nações nas Américas, na África e na Ásia. No entre-guerras, enquanto em Washington DC e na União Soviética stalinista novos prédios governamentais eram construídos em estilo neoclássico, e na Europa o movimento moderno lutava para se impor; no Brasil, a arquitetura moderna já servia à missão de representar as mudanças da Nova República e do Estado Novo. A integração nacional e a centralização administrativa foram expressas em prédios como os do Ministério da Educação e Saúde (1936-1945), do Instituto de Resseguros do Brasil (1941) e da Associação Brasileira de Imprensa (1936-1938) na antiga capital, Rio de Janeiro. O sufrágio universal e a inclusão de novas camadas sociais no sistema assistencial, educativo e censitário, bem como o sindicalismo corporativista, consubstanciaram-se na construção em todo o país de inúmeras escolas, hospitais e grandes conjuntos de habitação social. Os programas de substituição de importações e de modernização da infra-estrutura de transporte e comunicação, por sua vez, concretizaram-se em dezenas de indústrias e em obras como as do Aeroporto Santos Dumont (1937-1944) no Rio de Janeiro e do Centro Técnico de Aeronáutica em São José dos Campos (1947), para citar apenas dois exemplos.

Embora a crença na técnica e na industrialização como mola propulsora do progresso fosse universal e arquitetos e planejadores modernos do mundo inteiro comungassem da mesma fé na verdade nua e crua das estruturas em concreto armado e de aço e vidro, na eficiência do gerenciamento da construção, na equanimidade dos componentes pré-fabricados, dos tipos e programas estandardizados de habitação mínima para todos; em terras trópico-americanas, este utopismo do ex-novo singularizou-se na procura da identificação da arquitetura moderna com o caráter local, as diferentes condições históricas, culturais e climáticas, a soberania nacional e as ambições desenvolvimentistas. No impulso modernizador encontrava-se latente tanto a humildade de saber-se na periferia do mundo industrial quanto o orgulho de saber que “sem nós, a Europa não teria tido sua Declaração dos Direitos do Homem”, como no dizer de Oswald de Andrade. Orgulho este manifesto em curvas, colunas e vãos monumentais, painéis ladrilhados, treliças, cobogós e paisagismos sub-equatorianos na arquitetura da Pampulha em Minas Gerais, do Parque Ibirapuera e do MASP em São Paulo, do MAM e do Pavilhão de São Cristóvão no Rio de Janeiro, do Teatro Castro Alves na Bahia, e de Brasília; mas também na arquitetura da intimidade, isto é, nas residências particulares da elite nacional.

O temário do encontro admite uma diversidade de enfoques. A seleção dos trabalhos se pautará na observação das especificidades da arquitetura, do urbanismo e do paisagismo no Brasil, reconhecendo aproximações a questões como identidade e modernidade, tecnologia e restauro, conservação e projeto, historiografia e documentação, síntese ou integração entre artes e arquitetura, trabalhos de resgate histórico, análise e crítica, ensino, valorização cultural, tendo como base estudos de casos em arquitetura, urbanismo e paisagismo, trajetórias profissionais, intervenções de restauro e conservação e ações urbanísticas.


Formato das propostas de trabalho

O Comitê Científico do 6º Seminário DOCOMOMO Brasil fará uma seleção de 72 trabalhos para comunicação oral e painel que serão selecionados em apenas uma etapa. Só serão aceitos trabalhos completos para avaliação. Os trabalhos não podem ter sido apresentados em outros eventos científicos.

O envio da proposta de comunicação completa para participação no Seminário deverá ocorrer até as 24 horas do dia 31 de maio de 2005 para o e-mail docomomo6@vm.uff.br conforme padronização abaixo especificada, E TAMBÉM em 3 (três) cópias impressas e CD-ROM ou disquete contendo todos os arquivos gravados (vale a data do carimbo de postagem) enviados para:

6º. Seminário DOCOMOMO BRASIL
COMISSÃO ORGANIZADORA
Pós-graduação em Arquitetura e Urbanismo
Escola de Arquitetura e Urbanismo/UFF
Rua Passo da Pátria, 156 São Domingos
24210-240 Niterói RJ

O recebimento do trabalho será confirmado por e.mail.

Os trabalhos enviados para a seleção deverão ser organizados com a seguinte apresentação e conteúdo:

Na primeira página:
Nome do autor principal, titulação, instituição de origem e função acadêmica (caso existam), endereço, telefone e e-mail.
Demais autores (quando houver), titulação, instituição de origem e função acadêmica (caso existam), endereço, telefone e e-mail.
Sessão temática proposta.

Nas demais:
Título do trabalho
Resumo (máximo 300 palavras).
Abstract em inglês (máximo 300 palavras)
Palavras-chave (máximo 3).
Texto e ilustrações sem qualquer identificação de autoria.

Os trabalhos apresentados ao 6º Seminário Docomomo Brasil não deverão exceder o total de 20 (vinte) páginas, incluindo resumo, bibliografia, notas e as ilustrações (caso existam) e excluindo a 1ª página com identificação de autoria.

As ilustrações deverão ser salvas em JPG e inseridas no texto próximas ao trecho a que se referem. Para não sobrecarregar o arquivo, recomenda-se que gráficos, figuras, fotos e qualquer arquivo gráfico, estejam inseridos no texto em padrão.JPG, resolução até 96 dpi. e não excedam a 2Mb no total.

As referências deverão ser reunidas no final do artigo em uma relação única em ordem alfabética, de acordo com a NBR 6023:2002, com entre linhas simples, espaço de 6 pts antes e depois.
Exemplos:
GUERRA, Abilio. Lucio Costa, Gregori Warchavchik e Roberto Burle Marx: síntese entre arquitetura e natureza tropical. São Paulo: Vitruvius, 2002. Disponível em: <http://www.vitruvius.com.br/arquitextos/arq000/esp150.asp.> Acesso em 07 mar. 2005, 17:46:30.
CAMPOFIORITO, Italo. As primeiras árvores. Revista do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, Rio de Janeiro, n. 26, p. 10-21, 1997.
RIBEIRO, Demétrio; SOUZA, Nelson; RIBEIRO, Enilda. Situação da arquitetura brasileira. In: XAVIER, Alberto (Org.). Depoimento de uma geração: arquitetura moderna brasileira. 2. ed. São Paulo: Cosac & Naify, 2003. p. 203-207.
TOSTÕES, Ana. Os verdes anos na arquitetura portuguesa dos anos 50. 2. ed. Porto: FAUP publicações, 1997.

Os trabalhos apresentados ao Comitê Científico do 6º Seminário Docomomo Brasil deverão obedecer à seguinte formatação:
· Todos os documentos deverão ser apresentados em formato A4, com todas as margens medindo 2,5 cm (dois e meio centímetros), sendo digitados em Word 6 para Windows ou versões mais atualizadas do mesmo programa.
· Na formatação dos parágrafos escolher a opção parágrafo justificado.
· O tipo usado para os títulos, identificação dos autores, resumo e para o corpo principal do documento deverá ser, obrigatoriamente, o tipo Arial, obedecendo aos seguintes critérios:
· Identificação de autoria: Nome do Autor - Arial (Negrito), corpo 11; titulação acadêmica, instituição de origem e função acadêmica (caso existam) - Arial, corpo 10.
· Título do trabalho: Arial (Negrito), corpo 14; sub-títulos (caso existam): Arial (negrito), corpo 12.
· Resumo e abstract: deverão ser digitados em Arial, corpo 11, entrelinha 1,5, justificado. máximo de 300 palavras.
· O texto principal deverá ser digitado em Arial, corpo 11, entrelinha 1,5, justificado e sem tabulação de parágrafos. Entretanto, os blocos de texto deverão estar separados entre si por um espaço.
· As referências bibliográficas e as notas ao texto (pé de página) deverão ser digitadas em Arial, corpo 10, justificadas.
· A numeração das figuras (Figura 1, por exemplo), seguida da legenda em corpo 10 normal, deve aparecer logo abaixo das mesmas, centralizado. Separar do texto as tabelas e figuras com 1 linha antes e depois

Prazos
31 de maio – Prazo final para envio dos trabalhos completos de comunicação e painéis.
16 de agosto - Informe dos resultados da seleção final dos trabalhos.
16 de novembro - abertura do evento.

As comunicações foram publicadas em:
PESSÔA, José, et. al. Seminário Docomomo Brasil (6, 2005: Niterói). Anais do 6º Seminário Docomomo Brasil. CD-ROM. ISBN 85-99618-01-6

As conferências e mesas-redondas foram publicadas em:
PESSÔA, José, et. al. Moderno e nacional. Niterói: EdUFF, 2006. ISBN 85-228-0431-1