Kirchgässner: um modernista solitário

A mostra montada no Museu Oscar Niemeyer (MON), em Curitiba, até o dia 4 de junho, sob a curadoria de Salvador Gnoato  (secretário executivo do Docomomo_Brasil 2012 - 2013), conta com obras ainda desconhecidas do arquiteto que antecipou o modernismo no Brasil, Frederico Kirchgassner (1899-1988). Conta também por obras de Hilda Kirchgassner, sua esposa, que também era artista visual.

sobre o arquiteto

Kirchgässner nasceu na Alemanha em 1899, vindo para o Brasil em 1909. Instalado em Curitiba, estudou Artes Plásticas e Arquitetura por correspondência na Architektur System Karnack Halchfeld de Potsdam e na Deutsche Kunstchule de Berlim. No final da década de 1920, foi para Berlim onde fez provas e tirou seu diploma. De volta a Curitiba, projetou a casa em que morou, no ano de 1930 e desenhou e produziu seus móveis de design inovador. Localizada no centro da capital paranaense, a casa de Kirchgassner surpreendeu com a estética modernista. “Inserido na formação multicultural de Curitiba, Kirchgassner executou as primeiras casas modernistas da cidade dentro do espírito das vanguardas da Alemanha dos anos 1920”, pontua o curador da exposição. Além da arquitetura, dedicou-se à pintura, e este seu lado artístico também é exposto na mostra.

Delfim Amorim em Casa

A exposição “Delfim Amorim em casa” que se realiza em Povoa de Varzim, Portugal, desde o dia 2 último, inaugura o ano comemorativo do centenário do nascimento do arquiteto e é fruto do esforço conjunto da Câmara Municipal Póvoa de Varzim / Biblioteca Municipal Rocha Peixoto, da Universidade Federal de Pernambuco e da Universidade Federal da Paraíba. É organizada pelos arquitetos Luiz Amorim (secretário executivo do Docomomo_Br 2014-2015) e José Ribeiro, segundo uma narrativa expográfica que associa seu pensamento arquitetônico aos seus projetos destinados à moradia – individual e coletiva. Trata, portanto, das casas de Amorim em sua casa, a Póvoa de Varzim, mas contempla também obras relevantes projetadas para as cidades de Guimarães, Vila do Conde e Porto, algumas delas ainda desconhecidas dos estudiosos da arquitetura moderna em Portugal. Obras realizadas em solo brasileiro se fazem presentes para permitir uma reflexão sobre a permanência de modos de pensar e de fazer ao longo da sua curta, mas profícua, carreira.

Sobre o arquiteto

O arquiteto Delfim Fernandes Amorim nasceu em Portugal, na freguesia de Amorim, concelho da Póvoa de Varzim, em 2 de abril de 1917. Estudou na Escola Superior de Belas Artes do Porto, onde obteve seu título de arquiteto em 1947 e atuou como professor assistente em 1950 e 1951. Participou ativamente dos movimentos de implantação e divulgação da arquitetura moderna, tendo sido fundador e militante da Organização dos Arquitetos Modernos (ODAM). Suas obras construídas e projetadas foram expostas em mostras nacionais e publicadas em revistas portuguesas. Em dezembro de 1951 emigou para o Brasil, como consequência do recrudescimento político do regime Salazarista e da defesa vigorosa deste sistema político de uma arquitetura nacional, reduzindo, portanto, as oportunidades de trabalho para os jovens arquitetos modernistas portuguesa. No Recife, a cidade por ele escolhida, foi professor no Curso de Arquitetura da Escola de Belas Artes de Pernambuco, depois Faculdade de Arquitetura da Universidade do Recife. Delfim Amorim tornou-se um dos arquitetos mais atuantes na Região Nordeste do Brasil, entre 1952 e 1972. Sua marca principal é a conciliação entre princípios modernistas e modos de fazer associados às culturas regionais. Sua morte prematura em 1972, aos 55 anos de idade, ceifou uma obra que estava em pleno vigor.

Agradecemos a colaboração de Luiz Amorim, membro do Conselho Consultivo e filiado do Docomomo

Carta manifesto em apoio à preservação da arquitetura moderna do Recife

Aconteceu no dia 16 de março na sede do IAB-PE, no antigo edifício do Pavilhão de Óbitos, um das primeiras obras da Arquitetura Moderna em Recife, o debate sobre a “Descaracterização da Arquitetura Moderna”, com a participação de Marco Antônio Borsoi (arquiteto e filho de Acácio Gil Borsoi), Tota Maia (arquiteto e filho de Heitor Maia), Ricardo Pessoa de Melo (arquiteto e filho de Vital Pessoa de Melo) e do arquiteto Wandenkolk Tinoco. Também esteve presente na mesa Maria Luiza Macedo Xavier de Freitas, secretária executiva do Docomomo_Brasil.

Como resultado do debate foi redigido um manifesto, o qual se pode acessar pelo link no facebook.

Participantes do debate. Foto: IAB-PE

Humberto Serpa: arquitetura

De autoria de Nara Grossi e elaborado a partir da dissertação de mestrado da autora, a obra apresenta um estudo sobre Humberto Serpa, um dos principais protagonistas da arquitetura mineira do século XX. "Apreciar Humberto Serpa é um exercício de sentir qualidades atemporais – mesmo que seja difícil definir o que e como são esses valores. Daí a importância desta introdução que Nara nos brinda sobre um arquiteto que pode ser a abertura para outras faces da pluralidade mineira. Que é também a pluralidade brasileira" (Hugo Segawa).

Museografia e Arquitetura de Museus: Fotografia e Memória

Ceça Guimarâes (organizadora). Rio de Janeiro, Rio Books.


Celebrar o centenário de nascimento e a obra fotográfica de Benício Whatley Dias (1914 - 1976), recifense e pernambucano, cujos trabalhos articulam o Movimento Moderno e o Patrimônio é um dos motivos dessa coletânea de artigos. Agrega-se a isso o interesse dos autores sobre Fotografia e Arte, Urbanismo e Museologia quando estas disciplinas despertam e conectam as formas de olhar sensíveis às transformações da paisagem urbana.
Desse modo, os textos de arquitetos e museólogos, historiadores e artistas, aqui reunidos, tratam das imagens fotográficas sob a perspectiva museológica e identitária, associando Fotografia, Museologia e Arquitetura - tanto no sentido da História Urbana quanto da Expografia e da Conservação.
Agradecemos a colaboração da filiada Ceça Guimaraes

Nova publicação: Blocos de memórias

Discorrendo sobre a patrimonialização da arquitetura em âmbito nacional e internacional, Flávia Brito do Nascimento propõe um estudo dos conjuntos residenciais construídos no Brasil entre os anos de 1930 e 1964, a  partir da análise dos seus processos de tombamento e de suas publicações em periódicos especializados. A autora discute a concepção de memória da arquitetura moderna brasileira desenvolvida nos anos 1980 e a construção da ideia do não lugar dos conjuntos residenciais no patrimônio cultural. Dedica-se ainda ao estudo dos aspectos materiais da preservação destas habitações destacando, neste contexto, a trajetória do Conjunto Residencial do Pedregulho, no Rio de Janeiro.

Blocos de Memória insere-se, assim, no debate sobre preservação da arquitetura e urbanismo modernos, realçando a importância histórica dos conjuntos residenciais e o que representam como patrimônio.

O lançamento se realizou no dia 22 de março em São Paulo, e no dia 30 de março no Rio de Janeiro

Realizado em Palmas o II SAMA

Entre os dias 13 e 16 de março ocorreu o II SAMA em Palmas, no Tocantins. O SAMA é um evento anual e itinerante que se iniciou em Manaus em 2016 e deverá percorrer todas as capitais da Amazônia Legal.

Nessa segunda edição, organizada pela Universidade Federal do Tocantins (UFT) e Centro Universitário Luteranos de Palmas (CEULP/ULBRA), participou um número bastante expressivo de inscritos, cerca de 700, de 16 estados brasileiros. Entre os conferencistas estavam Hugo Segawa (USP), Hélio Olga (Ita Construtora), Gustavo Utrabo (Aleph Zero Arquitetura), Luis Fernando Cruvinel e Walfredo Oliveira (autores do plano de Palmas), José Botura Portocarrero (UFMT) e Celma Paes (UFPA).

Durante o evento foi feito o pré-lançamento do periódico AMAzônia Moderna, produto do SAMA e primeira revista acadêmica de arquitetura da região norte, exibida a mostra de filmes do Docomomo_BR e realizado o Samatour onde se constatou o estado de abandono da primeira sede da Assembleia Legislativa do estado, projeto do arquiteto Ernani Vilela.

No encerramento foi apresentada uma carta de apoio ao escritório Brasil Arquitetura em razão de recente constrangimento midiático e iniciada a campanha #salveantigaALtocantins para alertar a sociedade para o descaso com o patrimônio arquitetônico no estado.
O III SAMA será em fevereiro de 2018 na cidade de Belém.

Agradecemos ao filiado Marcos Cereto pela colaboração

Samatour à antiga sede da Assembleia Legislativa do Tocantins. Autoria: comissão organizadora II SAMA

Apresentação da Revista AMAzônia Moderna por sua comissão editorial. Autoria: Comissão organizadora II SAMA

Casa Vanna Venturi é tombada na Filadélfia

Vanna Venturi House. Foto: Carol Highsmith

A pioneira Vanna Venturi House projetada por Robert Venturi para a sua mãe em Chestnut Hill, nos arredores da Filadélfia, foi oficialmente tombada pelo Philadelphia Register of Historic Places. Projetada em 1962 e construída entre 1963 e 1964, a casa é um dos ícones da arquitetura pós-moderna. Tendo passado pelas mãos de apenas dois proprietários quando adquirida meses atrás, a casa está hoje integralmente conservada. O atual proprietário está plenamente comprometido com sua preservação.
http://philly.curbed.com/2016/11/11/13597060/vanna-venturi-house-historic-designation?mc_cid=8f8d39f39c&mc_eid=c89bab9486

O moderno em prosa e risco

No último dia 16 de novembro, realizou-se na sede do IAB RJ o primeiro evento preparatório para o IV Docomomo Rio 2017. O evento foi aberto pelo presidente do IAB-RJ, Pedro da Luz, sendo chamados para compor a mesa inicial os professores Renato Gama-Rosa (COC/Fiocruz) e Andréa Borde (PROURB/UFRJ), coordenador e vice do Docomomo-Rio, respectivamente, e Margareth Pereira (PROURB/UFRJ) para apresentarem e discutirem o tema O Moderno no Rio: do Risco ao Risco, que norteará as discussões do próximo seminário Docomomo Rio. 

Margareth Pereira iniciou sua palestra recuperando a noção de passado e de prospecção de futuro na relação com o patrimônio, ao lembrar uma série de intervenções que ocorreram na cidade do Rio do século XIX até os dias de hoje. Para Margareth os projetos realizados na cidade, desde Lauro Muller e Pereira Passos até às obras do Porto Maravilha, passando por Agache, Dodsworth e Carlos Lacerda, sempre lidaram com destruição, construção e reconstrução e, nesses casos, o patrimônio foi se reconfigurando para atender ao processo de transformação da cidade. Ela chamou atenção para o fato que tais projetos, de uma forma mais positiva que outros, agiam com base em planejamento, ausente nas intervenções contemporâneas. Concluiu sua palestra conclamando as instituições, em especial o Docomomo e o IAB, para juntarem esforços em ações de tomada de consciência quanto à conservação do patrimônio moderno no Rio de Janeiro, indicando possíveis caminhos para as próximas discussões que levarão ao IV Docomomo Rio.

Evento preparatorio docomomo rio realizado no IAB-RJ

 

Na mesma ocasião, a pesquisadora Ana Esteban Maluenda (Universidade Politecnica de Madrid), fez palestra de lançamento do livro La Architectura Moderna en Latinoamerica, por ela organizado.

Museografia e Arquitetura de Museus: Fotografia e Memória

Museografia e Arquitetura de Museus: Fotografia e Memória

Homenageando o fotógrafo pernambucano Benicio Watley Dias (1914 – 1976), cujas fotografias constroem uma imagem moderna do Recife nas décadas de 1930 a 1950, aconteceu em Lisboa, Madrid, Rio de Janeiro e Recife a quinta edição do Seminário Internacional Museografia e Arquitetura de Museus dedicado ao tema Fotografia e Memória.

Com o mérito de reunir pela primeira vez estudiosos brasileiros e estrangeiros voltados para pesquisa com o recente tema da fotografia, o seminário foi organizado pelo grupo de estudos ArqMuseus, da UFRJ, com a parceria de algumas instituições das cidades que o sediaram: em Lisboa pela ULHT e FA/ULisboa, em Madrid pela UPM, ETSAM e em Recife pelo LUP e MDU.

Em Recife contou com a conferência de abertura de Pedro Karp Vasquez sobre o recém-lançado livro de fotografias do Rio de Janeiro, de Cristiano Mascaro, e com a conferência de fechamento feita por Ulpiano Meneses sobre Imagem Visual, Fotografia e Memória.

Uma seleção de trabalhos do seminário já está reunida no livro Museografia e Arquitetura de Museus, Fotografia e Memória, organizado por Cêça Guimarães e editado pela Rio Books.

13/10/2016. Credito: Gil VIcente/Fanzine/Fundaj. 5º Seminário Internacional - Museografia e Arquitetura de Museus: Fotografia e Memória. Sessão de Comunicações. Cêça Guimaraens (UFRJ) - Benício Dias

13/10/2016. Credito: Gil VIcente/Fanzine/Fundaj. 5º Seminário Internacional - Museografia e Arquitetura de Museus: Fotografia e Memória. Conferência “Fotografia e Memória. A Lição do Mestre, com Pedro Vasquez, escritor, fotógrafo e editor, sobre a obra de Cristiano Mascaro, O Rio Revelado

Jockey Clube de Porto Alegre

No último Docomemos, publicamos, na seção Edifícios em Risco, o caso do Jockey Clube de Porto Alegre (RS), conhecido como Palácio de Cristal e tombado pela Prefeitura desde 2008. Em resposta, recebemos dos arquitetos Flávio Kiefer e Lídia Fabrício, informações de que o edifício em questão está passando por ações emergenciais de proteção dos dois pavilhões citados.

Apesar de não ser um restauro completo do conjunto, Kiefer ressalta que com essas ações já se conquistou um Plano Diretor para o complexo, a transferência da Vila Hípica para o entorno da pista, foram feitas benfeitorias no Pavilhão Social e há uma política de sustentabilidade em marcha. “O mais importante, porém, é o reconhecimento do poder público e da direção do clube da necessidade de restauração de sua arquitetura”, segundo bem pontua o arquiteto.

Parabenizamos Flavio Kiefer e Lidia Fabrício pelo trabalho desenvolvido no Jockey Clube, agradecemos as informações e desejamos que todo o trabalho seja levado a um bom termo, fazendo com que a integridade do conjunto seja mantida.

Salão do Jockey Clube. Foto: Flávio Kiefer

Edifício em risco: Rodoviária de João Pessoa, de Glauco Campello

Projetada por Glauco Campello, que venceu com ela o concurso público promovido pelo Governo do Estado da Paraíba em 1978, a Rodoviária de João Pessoa funde os fundamentos da arquitetura moderna com os preceitos para construir no Nordeste pautados por Armando de Holanda. Por optar por uma implantação eminentemente horizontal, o arquiteto consegue inserir a edificação no perfil do Centro Histórico de João Pessoa sem bloquear as visuais da Cidade Alta.  Recentemente a Prefeitura Municipal aprovou no Conselho do IPHAEP a construção de um Terminal de Integração Metropolitano que deverá ser erguido nas áreas de ampliação lateral da Rodoviária. O extenso programa do novo edifício além de romper com o gabarito definido pelo arquiteto, altera a malha urbana tombada em nível federal e estadual por incorporar à edificação a rua ali existente. A ampliação proposta nega a legislação autoral por não se dirigir ao arquiteto Glauco Campello para definir as bases de sua futura ocupação; nega também a legislação do Centro Histórico local, por se mostrar insensível às tratativas de preservação da paisagem histórica preconizadas em nível internacional pelo ICOMOS e chanceladas pelo próprio IPHAN.  Agradecemos ao colega Marco Coutinho da UFPB pelas informações.

Projetada por Glauco Campello, que venceu com ela o concurso público promovido pelo Governo do Estado da Paraíba em 1978, a Rodoviária de João Pessoa funde os fundamentos da arquitetura moderna com os preceitos para construir no Nordeste pautados por Armando de Holanda. Por optar por uma implantação eminentemente horizontal, o arquiteto consegue inserir a edificação no perfil do Centro Histórico de João Pessoa sem bloquear as visuais da Cidade Alta.

Recentemente a Prefeitura Municipal aprovou no Conselho do IPHAEP a construção de um Terminal de Integração Metropolitano que deverá ser erguido nas áreas de ampliação lateral da Rodoviária. O extenso programa do novo edifício além de romper com o gabarito definido pelo arquiteto, altera a malha urbana tombada em nível federal e estadual por incorporar à edificação a rua ali existente. A ampliação proposta nega a legislação autoral por não se dirigir ao arquiteto Glauco Campello para definir as bases de sua futura ocupação; nega também a legislação do Centro Histórico local, por se mostrar insensível às tratativas de preservação da paisagem histórica preconizadas em nível internacional pelo ICOMOS e chanceladas pelo próprio IPHAN.

Agradecemos ao colega Marco Coutinho da UFPB pelas informações.

Edifício em risco: Edifício Jorge Machado Moreira, Rio de Janeiro

Projetado pelo arquiteto Jorge Machado Moreira para sediar a Faculdade Nacional de Arquitetura da Universidade do Brasil (atual FAU / UFRJ), o edifício teve suas condições físicas fortemente agravadas nos dois últimos meses: primeiramente por um incêndio, ocorrido no terceiro pavimento (dia 03 de outubro) e depois pela inundação da Biblioteca no segundo pavimento (dia 16 de novembro). Os escombros do incêndio ainda estão sendo retirados e o acervo da biblioteca está sendo remanejado para um espaço contíguo. As atividades administrativas e acadêmicas estão funcionando em condições precárias nos três primeiros pavimentos do edifício e em outras edificações no campus.

Inaugurado em 1961, este emblemático patrimônio arquitetônico do Movimento Moderno sobrevive hoje em condições bastante adversas. Tem sido objeto de sucessivas reorganizações dos espaços internos feitas nos últimos cinco anos para atender às demandas das unidades acadêmicas (EBA e IPPUR), da Decania (CLA) e da Administração Central que para lá foram transferidas e foi também transformado em condomínio. Suas condições de conservação se deterioram a cada dia diante do contingenciamento no repasse de verbas destinadas à manutenção do patrimônio arquitetônico da Universidade e, em especial o patrimônio moderno, apesar dos esforços pontuais para revisão e atualização da sua infraestrutura predial.

Fachada principal do ed. Jorge Machado Moreira em agosto de 2016. Autoria: Andrea Borde
Foyer e Biblioteca no mezanino do 2º pavimento. do ed. Jorge Machado Moreira em agosto de 2016. Autoria: Andréa Borde

 

Realizada em Lisboa a 14th Docomomo International Conference

Com o tema Adaptative Reuse, transcorreu em Lisboa, entre 6 e 9 de setembro último, o 14º Seminário Internacional do Docomomo. As atividades iniciaram-se, de fato, no dia 1 com um workshop visando a recuperação de um complexo na área portuária de Lisboa e com os Docomomo Tours por Lisboa. Entre os palestrantes principais estavam Gonçalo Byrne, Joan Busquets, Caruso & St John, Lacaton & Vassal, Carrilho da Graça, Winfried Brenne, além de Rem Koolhaas, numa entrevista à distância.  O evento contou com 35 sessões de apresentações abordando diversos aspectos da historiografia e da conservação da arquitetura moderna e com participantes de quase 70 países. O Brasil teve um expressivo número de congressistas apresentando trabalhos ou coordenando mesas: quinze pesquisadores provenientes de sete estados diferentes e de instituições diversas como a UFRGS, UFRJ, USP, UPM, UFPE, UFPB, Fiocruz e Câmara dos Deputados.
No encontro do conselho do Docomomo, realizada no dia 8, estiveram representados quase 50 dos 70 países que formam o Docomomo. O Brasil, que recuperou sua condição de membro votante, esteve representado pelo seu coordenador geral, Fernando Diniz Moreira.  Ana Tostões foi reeleita para um novo mandato. Gana, Iraque e Kossovo foram admitidos como estados participantes. Além dos comitês de especialistas existentes (Educação e Teoria, Tecnologia, Registros, Urbanismo e Paisagismo) foi criado ainda o comitê de Design de Interiores, que iniciará suas atividades ainda este ano.  Foi aprovada a proposta apresentada pela Eslovênia para a cidade de Ljubljana ser a sede do próximo seminário em 2018, com o tema Post-Metamorphosis: Modern Movement and the Fututre of Change.Após o evento, ocorreram ainda Docomomo Tours pela cidade do Porto.

Assembléia do Docomomo. Foto: Marcia Lessa

Assembléia do Docomomo. Foto: Marcia Lessa

Assembléia do Docomomo. Foto: Renato Gama-Rosa

Assembléia do Docomomo. Foto: Renato Gama-Rosa

Sessão CIAM Revisited, coord. por Carlos E. Comas. Foto: Fernando Diniz Moreira

Sessão CIAM Revisited, coord. por Carlos E. Comas. Foto: Fernando Diniz Moreira

Joan Busquets, Josep Maria Montaner, Gonçalo Byrne. Foto: Fernando Diniz Moreira

Joan Busquets, Josep Maria Montaner, Gonçalo Byrne. Foto: Fernando Diniz Moreira

Realizado em Cataguases o 3º CATS

Entre 8 e 10 de outubro foi realizada a terceira edição do Congresso de Arquitetura, Turismo e Sustentabilidade de Cataguases (CATS), reunindo profissionais, estudantes e pesquisadores para discutir a preservação do patrimônio, com forte ênfase nos inúmeros exemplares modernos de arquitetura e artes integradas dessa cidade.
O evento teve entre seus palestrantes Silvio Oksman (FAUUSP), Marcelo Brito (IPHAN), Fernando Diniz Moreira (Docomomo Brasil e UFPE), Juca Villaschi (UFOP), André Marques (UFJT) e Raphael Winter (UFRJ) e foi coordenado por Elisabete Kropf.
Aldary Henriques Toledo, arquiteto ainda pouco estudado pela historiografia, foi homenageado. Fernando Diniz e Silvio Oksman ministraram dois workshops sobre a conservação da casa Medeiros Filho e do Cine Ideal, ambas de autoria desse arquiteto, sendo a última projetada em parceria com Carlos Leão.

Visita dos participantes do 3 º CATS à Residência Ottoni Alves Gomes, de Francisco Bologna. Foto: Bruna Nogueira

Visita dos participantes do 3 º CATS à Residência Ottoni Alves Gomes, de Francisco Bologna. Foto: Bruna Nogueira

Lançado o livro Estado, arquitetura e desenvolvimento: a ação habitacional do IAPI

O livro de autoria de Nilce Aravecchia-Botas é fruto de sua tese de doutorado defendida na FAUUSP em 2011 e orientada por Nabil Bonduki. A publicação traz em suas páginas uma rica pesquisa realizada em fontes primárias e secundárias, além de imagens da que pode ser considerada a maior política habitacional empreendida no país entre 1930 e 1964. 

Foto: Divulgação

Foto: Divulgação

Livro sobre o arquiteto Jayme C. Fonseca Rodrigues

Livro sobre o arquiteto Jayme C. Fonseca Rodrigues

Foi lançado no dia 17 de novembro último o livro intitulado Jayme C. Fonseca Rodrigues - Arquiteto, organizado e escrito por Hugo Segawa (FAUUSP). O volume conta com capítulos das arquitetas Juliana Suzuki (DAU-UFPR) e Nilce Aravacchia-Botas (FAUUSP) e está estruturado em sete partes para compor uma "cápsula do tempo" da vida e obra do arquiteto. Jayme C. Fonseca Rodrigues chegou a deter um dos maiores e mais atuantes escritórios de arquitetura de meados do século XX. Com a morte prematura aos 41 anos, os projetos foram conservados pela família. O livro é uma publicação da BEI Editora.

Foto: Divulgação

Foto: Divulgação

Ocupação do Cine Olinda

O Cine Olinda é patrimônio histórico, cultural e afetivo, exemplar remanescente da arquitetura de cinemas de rua que existiram em Recife. Obra moderna que apresenta estrutura da coberta em ferro, marquise na fachada frontal prolongando-se pelas laterais, platibanda escalonada e cabine no pavimento superior em destaque na fachada.
Fechado desde a década de 1960, foi ocupado em 30 de setembro último por um grupo de ativistas e membros do intenso movimento de produção audiovisual de Pernambuco numa tentativa de lutar por mais espaços para a cultura na cidade e devolver para uso público esse edifício de valor histórico.
Agradecemos a Kate Saraiva pelas informações.

Ocupação do Cine Olinda. Foto: Movimento Ocupe Cine Olinda

Ocupação do Cine Olinda. Foto: Movimento Ocupe Cine Olinda

Nova edição do livro Patrimônio construído, agora com obras modernas

Após 14 anos, foi lançada a segunda edição do livro Patrimônio Construído, de Cristiano Mascaro, que trazia em sua primeira edição as “100 mais belas obras de arquitetura do Brasil, tombadas pelo IPHAN”. Agora a edição foi acrescida de 10 obras modernas, como o Aterro do Flamengo, a Caixa D´Água de Olinda e a Rodoviária de Londrina, escolhidas com a curadoria dos críticos Lauro Cavalcanti e Fernando Serapião e do arquiteto Pedro Mendes da Rocha.

Foto: Divulgação

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