Por Silvio Oksman, Lucia Furlan e Luiza Nadalutti / Foto Eduardo Ortega
O Museu de Arte de São Paulo (MASP) foi contemplado em junho de 2017 com a bolsa do programa Keeping It Modern da Getty Foundation, para o desenvolvimento de pesquisas voltadas à conservação de edifícios modernos no mundo. O projeto, iniciado em setembro e com o prazo de um ano para ser finalizado, visa estudar de maneira integrada as questões referentes ao sistema estrutural do edifício, tanto nos seus aspectos técnicos, como nas dimensões simbólica, estética e arquitetônica da edificação. O objetivo do trabalho é elaborar um plano com diretrizes de conservação e manutenção permanente da estrutura por se tratar do principal elemento físico e simbólico do edifício.
O trabalho foi dividido em três tarefas: levantamento e organização de documentação histórica e técnica sobre o edifício; estudos de conservação e recuperação do concreto armado e estudos da geometria e comportamento estrutural do edifício.
Até o presente momento foi concluído o levantamento documental, primeira etapa do trabalho. O material identificado serve de subsídio tanto para a leitura histórico-cultural do edifício como para as avaliações e levantamentos técnicos das etapas subsequentes. Durante este processo foi possível identificar um conjunto de cópias de plantas originais do projeto estrutural do edifício realizado pelo Escritório Técnico J.C. de Figueiredo Ferraz, até então consideradas parte de acervo perdido em incêndio sofrido pela firma na década de 1980. Além de ser fundamental para o desenvolvimento do trabalho, por dar suporte para a elaboração do Plano de Conservação, este conjunto é também de extrema importância para a documentação do Museu e ainda neste trabalho será digitalizado e catalogado.
Para os estudos de estado de conservação do concreto serão realizados levantamentos de patologias, análises de materiais e ensaios físicos quantitativos e qualitativos. O estudo do comportamento estrutural será feito a partir da construção de modelo eletrônico que receberá todas as informações encontradas desde a construção até os dias de hoje, podendo assim oferecer uma leitura fidedigna do estado da estrutura. Pode-se a partir dele verificar deformações, movimentações e cargas admissíveis. Finalizado o plano, este modelo eletrônico poderá ser utilizado como instrumento operacional para o Museu em projetos futuros – por exemplo, avaliação de cargas para eventos no vão livre, realização de exposições, etc.
A equipe responsável pelo projeto, coordenada pelo arquiteto Silvio Oksman, da Metrópole Arquitetos Associados, e gerenciada pela Gerente de Projetos do MASP, Miriam Elwing, é formada também pela arquiteta Lúcia Furlan, pela estagiária Luiza Nadalutti e pelo arquiteto Martin Corullon, da Metro Arquitetos, que desde 2015 desenvolve os projetos expográficos e de adequação do edifício. Conta também com os consultores Heloísa Maringoni, engenheira responsável pela elaboração de modelo eletrônico para análise do comportamento estrutural do edifício, e Juca Pires, arquiteto especialista em conservação de concreto armado.