Coleção Revisões e Ampliações da Arquitetura e do Urbanismo Modernos no Brasil, organizada pelo Prof. José Carlos Huapaya Espinoza

REVISÕES E AMPLIAÇÕES DA ARQUITETURA E DO URBANISMO MODERNOS NO BRASIL

A coleção Revisões e Ampliações da Arquitetura e do Urbanismo Modernos no Brasil é composta de um total de 25 textos organizados em dois volumes: Parte 1. História e Historiografia / Teoria e Práticas de Intervenção, Preservação e Restauração e Parte 2. O Modernismo como Cultura / Inventário e Documentação. Este conjunto de trabalhos constituem-se em uma seleção das contribuições de pesquisadores de todo o Brasil e da América Latina elaboradas para o 13º Seminário Docomomo_Brasil, realizado na Faculdade de Arquitetura da Universidade Federal da Bahia entre os dias 7 a 10 de outubro de 2019 e organizado pelo Docomomo_Brasil Núcleo Ba.Se.

A realização desse evento é mais do que significativo na medida em que o Seminário volta para o mesmo local onde acontecera a primeira edição, em 1995, e que teve como tema central (Re)Discutindo o modernismo. Universalidade e Diversidade do Movimento Moderno em Arquitetura e Urbanismo no Brasil. Nesse sentido, esta coletânea de um lado, propõe não só revisar e ampliar a produção desenvolvida nos últimos 25 anos de realização dos seminários, com um olhar simultaneamente retrospectivo e, em especial, prospectivo, olhando para o futuro e apontando e preenchendo vazios da historiografia; mas, também, procura entendê-la a partir de eventuais redes e articulações nacionais e internacionais.

O primeiro volume da coleção se estrutrua em dois eixos: História e Historiografia / Teoria e Práticas de Intervenção, Preservação e Restauração. O primeiro deles coloca em discussão questões como a escrita da história e da historiografia partindo do global ao particular, ampliando e tencionando fontes, arquivos, redes de profissionais, instituições e outros agentes produtores da arquitetura e do urbanismo modernos no Brasil; além da historicização de processos e procedimentos de projeto e de construção. Já o segundo eixo volta-se para as teorias e práticas de intervenções de conservação, preservação e restauração do legado arquitetônico, urbanístico e paisagístico moderno no Brasil a partir de estudos de caso, projetos e obras.

Já o segundo volume foi organizado, também, em dois eixos: O Modernismo como Cultura / Inventário e Documentação. O primeiro dos eixos tem por objetivo refletir sobre o campo ampliado do Movimento Moderno através da circulação de seu ideário e nos diálogos estabelecidos em escalas nacionais e internacionais; interessa-nos, também, explorar os limites entre a síntese e integração das artes. O segundo eixo propõe discutir questões relacionadas à produção de inventários de obras e conjuntos modernistas e, também, às problemáticas e possibilidades surgidas a partir dos registros e digitalização de acervos, preservação de acervos documentais físicos e digitais e acesso à informação do patrimônio moderno. O sumário pode ser acessado aqui.

Esta coletânea de textos aponta para um conjunto de pesquisas emergentes que contribuem para um olhar mais alargado e diversificado do movimento moderno em arquitetura e urbanismo do país. Assim, esperamos que este livro sirva de ponto de partida e de inflexão para futuros trabalhos que se debrucem nas questões aqui abordadas.

A coleção patrocinada pelo CNPq foi organizada pelo Prof. José Carlos Huapaya Espinoza e foi editada pelo PPGAU/UFBA e a EDUFBA e traz as contribuições de pesquisadoras e pesquisadores de todo o Brasil e latino-americanos.

O lançamento dos livros ocorrerá no Congresso Virtual da UFBA 2021 e no VI ENANPARQ. Mais informações sobre os livros podem ser encontradas nos links:
 
Para adquirir algum dos exemplares, a venda será feita através do e-mail: lab20ufba@gmail.com

UIA 2021 RIO – Congresso Mundial de Arquitetos

O 27º Congresso Mundial de Arquitetos será realizado fisicamente no Rio de Janeiro, entre os dias 18 e 22 de julho de 2021.

E, em versão digital, terá início em março, com as primeiras conferências virtuais. O evento presencial de julho será também transmitido digitalmente para o mundo todo. As inscrições para a participação virtual ainda estão abertas.

Para mais informações acesse o site: https://www.uia2021rio.archi/

Promovido pela União Internacional de Arquitetos (UIA) desde 1948, o Congresso Mundial de Arquitetos ocorrerá pela primeira vez no Brasil.
Trata-se de um fórum privilegiado para profissionais e futuros líderes na arquitetura e em área afins. Um evento que debaterá o futuro das cidades e a cidade do futuro.
Os mais expoentes nomes da arquitetura e do urbanismo estarão reunidos para analisar o panorama global e questões locais, formular propostas e apresentar soluções para melhoria da qualidade de vida, em um mundo mais justo e sustentável.

14° Seminário Docomomo Brasil em Belém do Pará

A Universidade Federal do Pará, o Programa de Pós graduação em Arquitetura e Urbanismo (PPGAU), a Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, e os laboratorios de Historiografia da Arquitetura e Cultura Arquitetônica (LAHCA) e de Memória e Patrimônio Cultural (LAMEMO), e o Núcleo Docomomo_PA, têm a satisfação de apresentar e convidar a todos a participarem do 14o Seminário Docomomo Brasil, que será realizado em Belém do Pará, entre os dias 27 e 29 de outubro de 2021.

Coordenação Geral:
Profas. Celma Chaves e Cybelle Miranda

Tema: O MODERNO EM MOVIMENTO: USOS, REUSOS, NOVAS CARTOGRAFIAS. Presente e futuro do legado da arquitetura moderna no Brasil

As transformações pelas quais passam o planeta atualmente, envolvendo todo o globo e todas suas manifestações de vida e seus hábitats, entre eles, as construções realizadas para as mais diversas atividades humanas, nos colocam dilemas e indagações. Diante de uma pandemia global, é natural que nós, arquitetas e arquitetos, e os demais atores ligados à produção dos espaços, nos perguntemos: qual será o futuro da arquitetura e da cidade? O que teremos que mudar para nos adequarmos à necessidade de novos padrões de concepção e execução de obras de arquitetura, de espaços públicos, e de intervenções, entre elas, nas obras da arquitetura moderna?

Ao considerar a arquitetura como uma ação em que se integram diferentes níveis de atuação do homem no mundo, é imperioso que esses níveis se abram às perspectivas que, na atualidade, impactam as condições de vida dos homens como seres habitantes do planeta.

Nessa direção, faz-se necessário recuperar as digressões pertinentes dos diversos
divulgadores, promotores e pensadores do movimento moderno.
Os princípios formulados pelos arquitetos que compunham o movimento moderno, ressoam, por um lado, com as necessidades de retorno a uma cidade saudável, ainda que com uma ruptura radical com o lugar. Por outro lado, é fundamental analisar as casas modernas se queremos entender a arquitetura da modernidade. Tanto a casa como a cidade no movimento moderno operaram com um sentido além de suas “funções”: era preciso ser refúgio, mas também ponto de partida para as ações do homem no mundo. Habitar, mas também como diria Le Corbusier quando mencionava a instituição pública, era não apenas uma função privada, mas um prolongamento da casa, pois o homem não habita apenas sua própria casa,
mas também habita quando participa em uma comunidade e a instituição torna possível essa participação.

Em que pese as críticas de que o movimento moderno repudiava a natureza, a história e a cidade em prol da máquina, é visível o pensamento integrador entre arquitetura e natureza em obras como a Falling Water de Frank Lloyd Wright, ou a Villa Mairea de Alvar Aalto, ou as torres de Rogelio Salmona em Bogotá. Mas não apenas nos edifícios estão essas ligações, Brasília é um exemplo da interação arquitetura-cidade e natureza.

No atual contexto de revisão de paradigmas e reconhecimento de alternativas filosóficas e construtivas em prol de uma arquitetura humanizada, a abordagem do edifício em conciliação com seu entorno faz-se primordial, especialmente na relação com a paisagem, em que incidem elementos naturais, componentes sociais e culturais. Nessa perspectiva, tipologias diversas que compõem os conjuntos de edifícios do movimento moderno, como os hospitais, oferecem um desafio maior para sua compreensão enquanto fator de modernização na assistência à saúde, em face das constantes reformas por que passam suas instalações, sendo colocados em cheque aspectos como salubridade, sustentabilidade de gestão e reconhecimento de detalhes técnicos que possam lhes conferir identidade.

O projeto cultural e também social, foram fundamentos do movimento moderno como bem nos apontou Anatole Kopp, a causa moderna estava além da estilística ou da forma às quais o moderno passou a ser identificado ao longo do tempo. As mudanças sociais, culturais e políticas pelas quais os países estavam passando nas primeiras décadas do século XX instaram os arquitetos a realizarem novas propostas de espaços de morar, de trabalhar, de atividades de ócio, espaços de saúde etc. Nesse sentido, é evidente a importância dos aspectos relacionados não somente à natureza como ambiente físico, mas também à perspectiva em agregar a essa natureza os valores imprescindíveis para uma melhor vida humana nos espaços
inventados pelo homem, que na história recente da humanidade se perderam por ações nocivas às variadas biodiversidades inerentes aos meios físicos.

Passados mais de um século da irrupção das ideias modernas, e dadas as notáveis
transformações que o planeta vem atravessando nas últimas décadas, é indiscutível a importância de se retomar os princípios sobre os quais a ideia de um moderno hegemônico se desenvolveu. A noção do conhecimento do passado precisa ser repensada juntamente com uma revisão historiográfica a partir de outras visadas. Uma delas é a interpretação do passado, que embora como fato não possa ser modificado, a visão desse passado sim, na ampla acepção que Marc Bloch nos apresenta: um passado como estrutura em constante movimento.

Nesse sentido, o Docomomo 2021 que será sediado em Belém do Pará, na região amazônica brasileira, território que vem sendo impactado por diversas agressões ao seu meio físico e suas populações, como os desmatamentos, os incêndios e apagões elétricos, e as respostas ineficazes ou inexistentes aos recorrentes problemas sociais como a moradia e suas infraestruturas, nos desafia a pensar respostas a um presente em que ambiente e humanidade correm sérios riscos de destruições irreversíveis. Essas questões demandam respostas urgentes para qualificar o espaço das cidades e seu ambiente construído, incluindo repúdio ao apagamento da historia e da memória local.

Convém apontar também a diversidade da arquitetura moderna em um país continental como o Brasil, que apresenta um panorama heterogêneo e rico, porém ainda de pouca visibilidade, especialmente nas regiões onde a produção dessa arquitetura se deu por razões fora da
causalidade industrialização e progressismo, mas que foi decorrência de tramas complexas que compõem a realidade local. Assim, faz-se necessário em um evento de abrangência nacional, escutar outras vozes que nos possibilitam ter um panorama mais inclusivo e rico.

Considerar as questões aqui enunciadas significa revisitar a arquitetura do movimento moderno sob uma perspectiva que inclua os distintos olhares sobre ela e seus fundamentos. Novas possibilidades de pensar o presente e o futuro dessa arquitetura, e formular novas ideias baseadas nas experiências do movimento moderno e seu legado, requer recuperar concepções que estejam de acordo com as necessidades apresentada pela sociedade hoje. Isso nos leva a refletir acerca dos (novos) usos dos edifícios da arquitetura moderna.

Observam-se constantemente intervenções que quase sempre alteram as linhas originais dessas obras, afetando seu valor patrimonial e apagando sua memória e história. É inegável a transformação do património no curso da história que se adaptem aos novos usos e expectativas sociais, porém é imprescindível a atenção aos processos que contribuem à sua valoração ou à negação de sua concepção moderna.

Para contemplar tais questões aqui apresentadas, o seminário propõe 04 eixos temáticos:

1. A arquitetura moderna, cultura e natureza.
Este eixo temático acolherá trabalhos que abordem a natureza na sua relação com o espaço construído em suas várias escalas; experiências de projeto ou de pesquisa que contemplem o sentido da arquitetura moderna e sua interface com a questão da sustentabilidade; a arquitetura moderna como expressão de culturas.

2. Documentar. Preservar. Conservar. O patrimônio moderno e seus usos e reusos.
Esperam-se trabalhos que abordem os processos de documentação, preservação e
conservação de obras da arquitetura moderna em seu amplo sentido; registros e acesso aos acervos do patrimônio moderno; práticas de construções e intervenções no existente;

3. Novas cartografias e cronologias da arquitetura e do urbanismo modernos no Brasil. Este eixo acolhe trabalhos que enfocam a historiografia da arquitetura e do urbanismo modernos no Brasil, contemplando as variadas expressões da arquitetura moderna, deslocando e ampliando as geografias e as cronologias até então usuais na historiografia;

4. Espaços modernos e os novos desafios técnicos, ecológicos e sociais do legado da arquitetura moderna. Este eixo acolhe trabalhos que tratem dos diferentes espaços modernos que abrigam usos em áreas educacionais, da saúde, institucionais, e os desafios para sua permanência, considerando-se fatores como qualidade e sustentabilidade.

CRONOGRAMA DA CHAMADA DE TRABALHOS
Data da realização do seminario: 27, 28 e 29 de outubro de 2021

Local: Belém – Universidade Federal do Pará – Programa de Pós graduação em Arquitetura e Urbanismo

Data limite para envio de artigos completos: 31/05/2021

O artigo deverá conter entre 4000 e 6000 palavras, de acordo com o template a ser divulgado proximamente no site do evento. Cada autor poderá participar em no máximo dois artigos. Cada artigo deverá ter no máximo três autores

Postêres para alunos de graduação: cronograma a ser definido.
E-mail para contato: docomomobr14@gmail.com