Delfim Amorim em Casa

A exposição “Delfim Amorim em casa” que se realiza em Povoa de Varzim, Portugal, desde o dia 2 último, inaugura o ano comemorativo do centenário do nascimento do arquiteto e é fruto do esforço conjunto da Câmara Municipal Póvoa de Varzim / Biblioteca Municipal Rocha Peixoto, da Universidade Federal de Pernambuco e da Universidade Federal da Paraíba. É organizada pelos arquitetos Luiz Amorim (secretário executivo do Docomomo_Br 2014-2015) e José Ribeiro, segundo uma narrativa expográfica que associa seu pensamento arquitetônico aos seus projetos destinados à moradia – individual e coletiva. Trata, portanto, das casas de Amorim em sua casa, a Póvoa de Varzim, mas contempla também obras relevantes projetadas para as cidades de Guimarães, Vila do Conde e Porto, algumas delas ainda desconhecidas dos estudiosos da arquitetura moderna em Portugal. Obras realizadas em solo brasileiro se fazem presentes para permitir uma reflexão sobre a permanência de modos de pensar e de fazer ao longo da sua curta, mas profícua, carreira.

Sobre o arquiteto

O arquiteto Delfim Fernandes Amorim nasceu em Portugal, na freguesia de Amorim, concelho da Póvoa de Varzim, em 2 de abril de 1917. Estudou na Escola Superior de Belas Artes do Porto, onde obteve seu título de arquiteto em 1947 e atuou como professor assistente em 1950 e 1951. Participou ativamente dos movimentos de implantação e divulgação da arquitetura moderna, tendo sido fundador e militante da Organização dos Arquitetos Modernos (ODAM). Suas obras construídas e projetadas foram expostas em mostras nacionais e publicadas em revistas portuguesas. Em dezembro de 1951 emigou para o Brasil, como consequência do recrudescimento político do regime Salazarista e da defesa vigorosa deste sistema político de uma arquitetura nacional, reduzindo, portanto, as oportunidades de trabalho para os jovens arquitetos modernistas portuguesa. No Recife, a cidade por ele escolhida, foi professor no Curso de Arquitetura da Escola de Belas Artes de Pernambuco, depois Faculdade de Arquitetura da Universidade do Recife. Delfim Amorim tornou-se um dos arquitetos mais atuantes na Região Nordeste do Brasil, entre 1952 e 1972. Sua marca principal é a conciliação entre princípios modernistas e modos de fazer associados às culturas regionais. Sua morte prematura em 1972, aos 55 anos de idade, ceifou uma obra que estava em pleno vigor.

Agradecemos a colaboração de Luiz Amorim, membro do Conselho Consultivo e filiado do Docomomo

Carta manifesto em apoio à preservação da arquitetura moderna do Recife

Aconteceu no dia 16 de março na sede do IAB-PE, no antigo edifício do Pavilhão de Óbitos, um das primeiras obras da Arquitetura Moderna em Recife, o debate sobre a “Descaracterização da Arquitetura Moderna”, com a participação de Marco Antônio Borsoi (arquiteto e filho de Acácio Gil Borsoi), Tota Maia (arquiteto e filho de Heitor Maia), Ricardo Pessoa de Melo (arquiteto e filho de Vital Pessoa de Melo) e do arquiteto Wandenkolk Tinoco. Também esteve presente na mesa Maria Luiza Macedo Xavier de Freitas, secretária executiva do Docomomo_Brasil.

Como resultado do debate foi redigido um manifesto, o qual se pode acessar pelo link no facebook.

Participantes do debate. Foto: IAB-PE

Humberto Serpa: arquitetura

De autoria de Nara Grossi e elaborado a partir da dissertação de mestrado da autora, a obra apresenta um estudo sobre Humberto Serpa, um dos principais protagonistas da arquitetura mineira do século XX. "Apreciar Humberto Serpa é um exercício de sentir qualidades atemporais – mesmo que seja difícil definir o que e como são esses valores. Daí a importância desta introdução que Nara nos brinda sobre um arquiteto que pode ser a abertura para outras faces da pluralidade mineira. Que é também a pluralidade brasileira" (Hugo Segawa).