Edifício em risco: Rodoviária de João Pessoa, de Glauco Campello

Projetada por Glauco Campello, que venceu com ela o concurso público promovido pelo Governo do Estado da Paraíba em 1978, a Rodoviária de João Pessoa funde os fundamentos da arquitetura moderna com os preceitos para construir no Nordeste pautados por Armando de Holanda. Por optar por uma implantação eminentemente horizontal, o arquiteto consegue inserir a edificação no perfil do Centro Histórico de João Pessoa sem bloquear as visuais da Cidade Alta.  Recentemente a Prefeitura Municipal aprovou no Conselho do IPHAEP a construção de um Terminal de Integração Metropolitano que deverá ser erguido nas áreas de ampliação lateral da Rodoviária. O extenso programa do novo edifício além de romper com o gabarito definido pelo arquiteto, altera a malha urbana tombada em nível federal e estadual por incorporar à edificação a rua ali existente. A ampliação proposta nega a legislação autoral por não se dirigir ao arquiteto Glauco Campello para definir as bases de sua futura ocupação; nega também a legislação do Centro Histórico local, por se mostrar insensível às tratativas de preservação da paisagem histórica preconizadas em nível internacional pelo ICOMOS e chanceladas pelo próprio IPHAN.  Agradecemos ao colega Marco Coutinho da UFPB pelas informações.

Projetada por Glauco Campello, que venceu com ela o concurso público promovido pelo Governo do Estado da Paraíba em 1978, a Rodoviária de João Pessoa funde os fundamentos da arquitetura moderna com os preceitos para construir no Nordeste pautados por Armando de Holanda. Por optar por uma implantação eminentemente horizontal, o arquiteto consegue inserir a edificação no perfil do Centro Histórico de João Pessoa sem bloquear as visuais da Cidade Alta.

Recentemente a Prefeitura Municipal aprovou no Conselho do IPHAEP a construção de um Terminal de Integração Metropolitano que deverá ser erguido nas áreas de ampliação lateral da Rodoviária. O extenso programa do novo edifício além de romper com o gabarito definido pelo arquiteto, altera a malha urbana tombada em nível federal e estadual por incorporar à edificação a rua ali existente. A ampliação proposta nega a legislação autoral por não se dirigir ao arquiteto Glauco Campello para definir as bases de sua futura ocupação; nega também a legislação do Centro Histórico local, por se mostrar insensível às tratativas de preservação da paisagem histórica preconizadas em nível internacional pelo ICOMOS e chanceladas pelo próprio IPHAN.

Agradecemos ao colega Marco Coutinho da UFPB pelas informações.

Edifício em risco: Edifício Jorge Machado Moreira, Rio de Janeiro

Projetado pelo arquiteto Jorge Machado Moreira para sediar a Faculdade Nacional de Arquitetura da Universidade do Brasil (atual FAU / UFRJ), o edifício teve suas condições físicas fortemente agravadas nos dois últimos meses: primeiramente por um incêndio, ocorrido no terceiro pavimento (dia 03 de outubro) e depois pela inundação da Biblioteca no segundo pavimento (dia 16 de novembro). Os escombros do incêndio ainda estão sendo retirados e o acervo da biblioteca está sendo remanejado para um espaço contíguo. As atividades administrativas e acadêmicas estão funcionando em condições precárias nos três primeiros pavimentos do edifício e em outras edificações no campus.

Inaugurado em 1961, este emblemático patrimônio arquitetônico do Movimento Moderno sobrevive hoje em condições bastante adversas. Tem sido objeto de sucessivas reorganizações dos espaços internos feitas nos últimos cinco anos para atender às demandas das unidades acadêmicas (EBA e IPPUR), da Decania (CLA) e da Administração Central que para lá foram transferidas e foi também transformado em condomínio. Suas condições de conservação se deterioram a cada dia diante do contingenciamento no repasse de verbas destinadas à manutenção do patrimônio arquitetônico da Universidade e, em especial o patrimônio moderno, apesar dos esforços pontuais para revisão e atualização da sua infraestrutura predial.

Fachada principal do ed. Jorge Machado Moreira em agosto de 2016. Autoria: Andrea Borde
Foyer e Biblioteca no mezanino do 2º pavimento. do ed. Jorge Machado Moreira em agosto de 2016. Autoria: Andréa Borde

 

Realizada em Lisboa a 14th Docomomo International Conference

Com o tema Adaptative Reuse, transcorreu em Lisboa, entre 6 e 9 de setembro último, o 14º Seminário Internacional do Docomomo. As atividades iniciaram-se, de fato, no dia 1 com um workshop visando a recuperação de um complexo na área portuária de Lisboa e com os Docomomo Tours por Lisboa. Entre os palestrantes principais estavam Gonçalo Byrne, Joan Busquets, Caruso & St John, Lacaton & Vassal, Carrilho da Graça, Winfried Brenne, além de Rem Koolhaas, numa entrevista à distância.  O evento contou com 35 sessões de apresentações abordando diversos aspectos da historiografia e da conservação da arquitetura moderna e com participantes de quase 70 países. O Brasil teve um expressivo número de congressistas apresentando trabalhos ou coordenando mesas: quinze pesquisadores provenientes de sete estados diferentes e de instituições diversas como a UFRGS, UFRJ, USP, UPM, UFPE, UFPB, Fiocruz e Câmara dos Deputados.
No encontro do conselho do Docomomo, realizada no dia 8, estiveram representados quase 50 dos 70 países que formam o Docomomo. O Brasil, que recuperou sua condição de membro votante, esteve representado pelo seu coordenador geral, Fernando Diniz Moreira.  Ana Tostões foi reeleita para um novo mandato. Gana, Iraque e Kossovo foram admitidos como estados participantes. Além dos comitês de especialistas existentes (Educação e Teoria, Tecnologia, Registros, Urbanismo e Paisagismo) foi criado ainda o comitê de Design de Interiores, que iniciará suas atividades ainda este ano.  Foi aprovada a proposta apresentada pela Eslovênia para a cidade de Ljubljana ser a sede do próximo seminário em 2018, com o tema Post-Metamorphosis: Modern Movement and the Fututre of Change.Após o evento, ocorreram ainda Docomomo Tours pela cidade do Porto.

Assembléia do Docomomo. Foto: Marcia Lessa

Assembléia do Docomomo. Foto: Marcia Lessa

Assembléia do Docomomo. Foto: Renato Gama-Rosa

Assembléia do Docomomo. Foto: Renato Gama-Rosa

Sessão CIAM Revisited, coord. por Carlos E. Comas. Foto: Fernando Diniz Moreira

Sessão CIAM Revisited, coord. por Carlos E. Comas. Foto: Fernando Diniz Moreira

Joan Busquets, Josep Maria Montaner, Gonçalo Byrne. Foto: Fernando Diniz Moreira

Joan Busquets, Josep Maria Montaner, Gonçalo Byrne. Foto: Fernando Diniz Moreira